Enquanto cristãos progressistas tentam permear o meio cristão com o liberalismo teológico como vetor, uma reação de quem defende a doutrina bíblica vem se formando com cada vez mais pessoas denunciando os perigos dessa influência.
A mais nova voz contra a apostasia travestida de “politicamente correto” é a neta do evangelista Billy Graham, Cissie Graham Lynch, que produz e apresenta um podcast chamado Fearless (“destemida”, em tradução do inglês).
Em um episódio recente, Cissie recebeu a musicista Alisa Childers, ex-integrante da banda cristã ZOEgirl, que publicou um livro intitulado Another Gospel? (“Outro Evangelho?”), e as duas debateram sobre o movimento que oferece um “apelo de bem-estar e liberdade com base na verdade relativa”.
Alisa falou sobre sua experiência nesse sentido, quando se sentiu motivada a escrever um livro após ter participado de um estudo bíblico em que o pastor estimulou o grupo a rejeitar a verdade bíblica. O livro Another Gospel? narra sua jornada e estudo sobre a distância entre o cristianismo histórico e a versão progressista que vem crescendo no meio evangélico.
“É uma religião completamente diferente. Acho que é isso que a maioria das pessoas não entende”, enfatizou Alisa, de acordo com informações do portal Christianity Daily. No processo de pesquisa para o livro, ela ouviu relatos de pessoas que sentiam que sua fé havia sido desconstruída.
As crenças cristãs tradicionais, como a exclusividade do casamento entre um homem e uma mulher e a abstinência antes do casamento são tratadas dentro do progressismo como opressivas e problemáticas: “Você pode viver como deseja sexualmente e ainda ser um cristão. Você pode ver por que isso seria atraente”, explicou ela. “Você pode basicamente ser o seu próprio Deus e ainda pode ter as partes de Jesus que você gostava quando criança”, acrescentou.
O relativismo é a lente de interpretação da Bíblia Sagrada na versão do progressismo, denunciou Alisa: “É baseado na ideia de ‘viva a sua verdade’. […] Você precisa sair e descobrir a sua verdade”, disse, reproduzindo o discurso recorrente.
O Evangelho da cruz
Cissie Graham Lynch apontou que “existem profundas diferenças teológicas” entre o cristianismo e a religião emulada pelo progressismo, pontuando que Deus exigiu o sacrifício de sangue de Jesus na cruz, enquanto os cristãos progressistas questionam a natureza moral de Deus, expondo seu desprezo pelos propósitos de expiação do sacrifício.
Essa visão, disse Alisa, ”transforma Deus em algum tipo de abusador cósmico de crianças” na leitura que os progressistas fazem e tentam impor. Para eles, “o Evangelho é mais sobre o aqui e agora“, e no esforço de convencer quem resiste, usam da linguagem comum à Igreja, trocando o termo “justiça social” (já vinculado às ideologias de esquerda) por “construir o reino de Deus”.
Sem discordar da obrigação dos cristãos em “fazer as boas obras”, a artista alertou que isso não pode ocupar o centro da jornada, que é Cristo, enquanto no cristianismo progressista, essa se torna a ênfase.
A apresentadora concordou que cristãos que não se dedicam à leitura da Bíblia Sagrada podem ser “facilmente atraídos” por essa versão deturpada, e incentivou os ouvintes a aprenderem mais sobre Deus lendo Sua Palavra: “Quando a voz de satanás vier, você será capaz de ter esse discernimento – seja a voz de Deus ou do inimigo falando”.