A novela Liberdade, Liberdade exibiu ontem, terça-feira, 12 de julho, a primeira cena de sexo gay na televisão brasileira, e as reações não poderiam ser mais opostas. Com altos números de audiência, a TV Globo foi aplaudida por ativistas gays e criticada por defensores da família tradicional.
Nas redes sociais, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) considerou a exibição como “histórica”, e publicou um vídeo da cena em sua página no Facebook. “Parabéns, pela linda cena do amor entre André e Tolentino. Toda a sequência foi elegante sem abrir mão da sensualidade – da homossexualidade – tensa que envolve as personagens!”, escreveu o parlamentar e ativista LGBT.
“O pecado, o crime, a doença e o armário já eram! Agora e daqui pra frente é liberdade, liberdade ainda que tardia para nós LGBTs!”, acrescentou Wyllys.
O curioso sobre esse caso é que a emissora raramente permite que vídeos de suas produções e/ou telejornais sejam compartilhados nas mídias sociais. Na ampla maioria das vezes, ela solicita a remoção dos vídeos alegando violação de direitos autorais.
De acordo com informações do jornal O Dia, a cena garantiu a liderança isolada da emissora no Ibope e foi um dos assuntos mais comentados no Twitter, chegando ao Trending Topics mundial.
Protestos
A cena – que já havia sido anunciada há algumas semanas – motivou um posicionamento da bancada evangélica, que está organizando, ao lado de lideranças religiosas, uma manifestação nas ruas das principais capitais do país, segundo informações do jornalista Ricardo Feltrin, especializado em televisão.
O pastor Silas Malafaia comentou a iniciativa da Globo: “Tem gente pensando que quanto mais safadeza e imoralidade, melhor. O povo não é bobo. Os pais estão preocupados com o lixo moral dentro de suas casas, só contribui para desgraçar a família e os valores morais. As TVs que se cuidem”, disparou.
Católicos também protestaram contra a exibição da cena em TV aberta: “Uma nação cristã não pode se calar diante desta promoção de atos abomináveis aos olhos do Nosso Deus. Deus ama o pecador (a pessoa), mas abomina o pecado (a ação)”, diz um trecho da nota publicada na página Paraclitus.