O instituto Datafolha publicou uma nova pesquisa de intenção de votos para presidente em 2018, em meio às recentes reviravoltas da Operação Lava-Jato, com a prisão do empresário José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula (PT) e do senador Delcídio do Amaral, também petista.
Como todas as pesquisas de intenção de voto, o levantamento também apurou que 47% dos brasileiros não votariam de forma alguma no ex-presidente Lula, uma altíssima taxa que poderia inviabilizar uma candidatura.
“É uma taxa inferior apenas a atribuída a Ulysses Guimarães (1916-1992) em pesquisas feitas em 1989, quando disputou a Presidência pelo PMDB. Em agosto daquele ano, Ulysses amargou 52% de rejeição, recorde até hoje”, informou o jornalista Ricardo Mendonça, do jornal Folha de S. Paulo.
O principal candidato da oposição, senador Aécio Neves (PSDB), tem 24% de rejeição atualmente. Outros nomes apresentados pela pesquisa contam com rejeição ainda menor: o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem 22% de rejeição, mesma taxa do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB) e a ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade), com 17%.
Com a baixa rejeição que possui entre o eleitorado, Marina Silva parece ser a principal beneficiada eleitoralmente com a atual crise política, já que as intenções de voto nela cresceram desde a última pesquisa, de 18% para 21%, colocando-a tecnicamente empatada com Lula, que caiu três pontos, de 25% para 22%.
A liderança nas pesquisas continua sendo de Aécio, que embora também tenha perdido pontos – caiu de 35% para 31% – lidera com folga, e hoje seria o favorito a vencer as eleições no segundo turno: se o adversário fosse Lula, venceria por 51% a 32%; se a adversária fosse a evangélica Marina Silva, a vitória seria mais apertada, por apenas um ponto, 42% a 41%.
A pesquisa do Datafolha foi realizada com 3.541 eleitores, em todo o Brasil, entre os dias 25 e 26 de novembro.