O pastor Luciano Subirá reiterou sua declaração de voto pela reeleição do presidente Jair Bolsonaro e afirmou que cristãos dispostos a votar em Lula estão, deliberadamente, ignorando toda a corrupção comprovada cometida pelo PT em quase 14 anos de poder.
Subirá introduziu lembrando a passagem bíblica de Deuteronômio 30:15 em que “Deus diz ‘eu ponho diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição’, mas Ele diz ‘escolhe a vida’”.
“O que Ele está dizendo? ‘Eu te dou o direito de escolha, mas não posso me omitir deixando de apontar para você qual é o melhor caminho’. Então, obviamente, eu quero – como líder cristão – com a minha consciência diante de Deus, saber que eu tenho feito o possível para orientar as pessoas diante daquele quadro que eu consigo enxergar”, comentou.
Cristão x política
A corrente de pensamento que apela à isenção como um valor obrigatório aos cristãos foi criticada pelo pastor Luciano Subirá, que pontuou que os filhos de Deus são cidadãos celestiais que, também, têm obrigações com a pátria terrena:
“Alguns irmãos ficam espiritualizando. ‘A gente não tem que falar de política, só tem que orar’. Eu digo não, a gente tem que fazer tanto um, quanto o outro. Enquanto cidadãos do céu, nós temos que orar. Orar pelos que já foram eleitos e estão numa posição de governo, orar por aqueles que serão – precisamos orar para que Deus cumpra seu propósito e a sua vontade. Que temos que orar é indiscutível”, pontuou.
“Nós não somos apenas cidadãos do Reino dos céus. Nós somos cidadãos da terra. E enquanto cidadãos da terra nós precisamos exercer a nossa cidadania aqui. E nós não precisamos achar que ser cidadão do Reino de Deus nos leva a anular a nossa cidadania terrena”, argumentou.
Certo x errado
Resgatando o conceito de decisão apresentado pela passagem de Deuteronômio 30:15, o pastor Subirá ofereceu critérios de pesos e medidas na avaliação do que cada um dos candidatos representa:
“Escolher certo ou errado não diz respeito a uma pessoa. Se a gente gosta do estilo dela, se a gente não gosta. Nós precisamos entender qual ideologia que ela carrega. E nós estamos hoje diante de dois candidatos – já falei isso no primeiro turno, quando tínhamos outras opções, agora não temos mais –, uma candidatura de esquerda que já esteve no poder, que saqueou nossa nação como nunca antes”.
“Por mais que tenham descondenado o Lula por supostas irregularidades técnicas, ele não foi inocentado. […] Agora, de uma hora para outra, nós vamos olhar e dizer ‘esses caras são corretos, esses caras são justos’? Não estou aqui para colocar a mão no fogo pelo caráter de Bolsonaro ou seus filhos, que mal conheço, mas a verdade é que a gente fica colocando num patamar muito elevado suposições, acusações, que nunca foram comprovadas, que muitas são claramente distorcidas – como a reportagem da Folha de S. Paulo falando de milhões em imóveis adquirido em dinheiro, por um suposto clã, e quando você olha, estão juntando todo mundo, todas as extensões, desdobramentos da família, e quando você vai acessar o documento da própria reportagem não tem nada que foi comprado em dinheiro vivo. O que está lá é moeda corrente. Agora, a gente pega isso, põe num patamar e joga tudo que foi comprovado simplesmente no lixo?”, questionou.
A decisão do voto deve levar todo o contexto e a defesa de valores para o futuro, ponderou: “Não acho que temos que votar em Bolsonaro porque é candidato dos evangélicos. Já tive o privilégio de falar isso pessoalmente para ele. Eu disse para ele, e eu falo por uma boa representatividade dos evangélicos, nós nunca quisemos alguém no STF que fosse ‘terrivelmente evangélico’. Nós queríamos gente terrivelmente de direita, que defenda valores, no meio de um grupo que a grande maioria foi colocada lá com uma outra visão”.