O pastor e professor Franklin Ferreira afirmou que “o espírito do anticristo opera no Ocidente” e a maior evidência são as mudanças de paradigmas que alicerçaram essa sociedade ao longo dos últimos séculos.
A afirmação do professor vem da análise interpretativa sobre o livro do Apocalipse, em que o fim dos tempos é descrito a partir de diferentes perspectivas e que também abrange o período que marcou a maior ofensiva do Império Romano contra a Igreja do primeiro século.
Entretanto, diz Ferreira, “a crítica profética de João ao poder imperial romano, como revelada em Apocalipse, é ampliada e aplicada a todo o Estado que impõe sua ideologia sobre toda a sociedade e requer culto ao seu líder, no lugar do único Deus vivo e soberano”. Esse é o ponto de conexão que o artigo do professor, publicado pela Gazeta do Povo, faz com o cenário no mundo ocidental.
Ferreira diz que “muito da besta descrita no livro de Apocalipse foi vista na figura do imperador Domiciano [que ocupou o posto entre 81 e 96 d.C.]”, mas outros aspectos desse ser medonho “não têm paralelo no mundo romano”.
“Ela será uma combinação de todas as bestas ou impérios iníquos que, ao longo da história, têm se levantado contra Deus e seu povo. Por isso, a besta da visão é o Anticristo, um somatório de todos os reinos opressores e Estados totalitários que surgiram antes dela”, avança.
“A besta não é apenas uma concentração de poder político e militar, ou a deificação do Estado e do seu governante; ela personifica a maldade satânica, obtendo seu poder e sua autoridade do dragão, que opera por meio do Estado iníquo”, conceitua o professor.
Perseguição já é realidade
Franklin Ferreira sublinha os ensinamentos de João no Apocalipse: “O tempo do Anticristo será um tempo de luta pelas almas da terra. E a besta evidenciará um poder tão grande que o mundo será convencido da futilidade de querer resistir ao seu poder maligno. Como cristãos, como estamos nos preparando para esse tempo de iniquidade e trevas que virá?”, questiona.
“A besta tem ódio contra os santos, e agirá contra eles não importa os meios, mas sempre no âmbito da soberania divina. Sua ação primordial será desviar os santos de Cristo, o que a besta tenta com perseguição feroz. Ela os perseguirá terrivelmente, mas isto não significa que a besta consegue desviar os santos de sua lealdade de Cristo. Na verdade, aqueles que a besta aparentemente vencera tinham obtido a vitória, através do seu martírio. Seu martírio foi sua vitória; eles permaneceram leais a Cristo e se recusaram a adorar a besta e o dragão”, acrescenta, traçando um paralelo com a morte de Cristo no Calvário, que inicialmente foi vista pelos inimigos do Evangelho como uma vitória, algo que brevemente se comprovou falso: “Estamos diante dos últimos atos de rebeldia de um inimigo fanatizado, mas já derrotado. A vitória final foi alcançada na cruz pelo Cordeiro de Deus que foi morto em favor e no lugar dos eleitos”.
“Não há poder verdadeiro no mal. O Deus soberano está no controle, e o mal não pode realizar nada além do que faz parte do propósito divino. E todos esses males terão seu fim no tempo predeterminado por Deus”, reitera o professor, pontuando que embora “a rebelião final de Satanás será empreendida de forma implacável, por meio da instrumentalização de todas as esferas da sociedade”, os cristãos não devem se intimidar, mas ao contrário, não devem “tolerar falsos mestres que se infiltram na igreja para seduzir alguns a que se comprometem com as instituições idólatras da cultura da morte, ilustrada pela defesa do abordo, sancionada pelo Estado iníquo, e que servem à besta”.
Ao final de seu artigo, Franklin Ferreira lembra que “vivemos apenas setenta anos depois da ascensão de monstros como Adolf Hitler, Josef Stalin e Mao Tsé-Tung ao poder”, figuras que “exigiram para si lealdade total”, numa demonstração de que agiam movidos pelo espírito do anticristo, que agora pode-se ver novamente agindo de maneira inequívoca na sociedade ocidental
“Na atualidade o espírito do Anticristo opera no Ocidente, engolfando-o numa onda de controle estatal, paganização, imposição de uma cultura de morte e promiscuidade sexual, enquanto no Oriente Médio o islamismo persegue os cristãos com fúria e o comunismo chinês suprime violentamente a liberdade da fé cristã. Portanto, somos, aqui, colocados todos diante do momento decisivo, a escolha entre seguir a besta ou o Cordeiro, o diabo ou o único Deus verdadeiro. A quem você seguirá – aqui e agora?”, encerra.