A promessa de aliança internacional no combate ao Estado Islâmico não ficou sem resposta do grupo extremista, que prometeu agora, atacar os Estados Unidos em Washington.
No novo vídeo divulgado pelos extremistas muçulmanos na última segunda-feira, 16 de novembro, a ameaça é feita em nome de sua fé: “Dizemos aos Estados Unidos, que participaram na campanha de cruzada que, por Alá, vocês terão um dia a vontade de Alá, como a França. Juramos que vamos atingir a América em seu centro, em Washington”.
A ameaça dos extremistas estende-se ainda aos demais países que, de alguma forma, se envolveram nos bombardeios realizados na Síria e Iraque como Canadá, Austrália e Bélgica.
“Digo aos países da coalizão que não viverão seguros até que os muçulmanos vivam seguros em seus países”, disse um dos porta-vozes do Estado Islâmico. O vídeo, intitulado “Até que chegou o castigo”, refere-se ao atentado da última sexta-feira, 13 de novembro, como uma “simples resposta” às ações militares nos territórios dominados por eles.
Reforçando a convocação feita meses atrás aos muçulmanos para perseguirem todos os que não professam a fé islâmica, os extremistas pediram que os “fiéis sigam o exemplo de seus irmãos [franceses] e ataquem os infiéis em seus próprios lares [países]”.
Preocupação
A presidente Dilma Rousseff, em reunião do grupo de países denominado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), afirmou que é preciso uma ação internacional para combater a ação dos extremistas.
“Expresso o meu mais veemente repúdio, que é também o de todo o povo brasileiro, aos atos de barbárie praticados pela organização terrorista Estado Islâmico, que levaram morte e sofrimento a centenas de pessoas de várias nacionalidades em Paris, na sexta-feira passada. Manifesto ainda nosso pesar às famílias e aos amigos das vítimas […] Essas atrocidades tornam ainda mais urgente uma ação conjunta de toda a comunidade internacional no combate sem tréguas ao terrorismo”, disse a presidente, demonstrando uma mudança radical de postura em relação ao discurso apresentado na ONU meses atrás, quando propôs diálogo com o Estado Islâmico.
Nas redes sociais, a reação dos brasileiros foi de preocupação com a fala de Dilma, que se colocou em posição de enfrentamento aos extremistas. Em geral, foi manifesto o temor de que a postura da presidente atraia para o Brasil ações terroristas de retaliação.