A perseguição religiosa contra os evangélicos no México teve um novo capítulo durante o mês de janeiro, quando um fiel foi preso por se recusar a contribuir com um festival católico.
Embora a população evangélica venha crescendo no México, o país é majoritariamente católico, e registra diversos casos de perseguição religiosa. A Missão Portas Abertas considera o país um dos mais perigosos para os cristãos evangélicos.
A Coordenação de Organizações Cristãs informou que o evangélico Juan Gabriel Lopez Perez foi preso por autoridades da cidade de Las Margaritas, no estado de Chiapas, por se recusar a contribuir com um festival religioso permeado de sincretismo religioso, pois mistura rituais pagãos da tradição indígena com a liturgia católica.
Além de ser preso, Perez foi chantageado pelas autoridades locais, que condicionaram sua liberdade à venda de sua casa para que se mudasse da região em até 20 dias. Na prisão, ele adoeceu e só recebeu atendimento médico 72 horas depois de pedir ajuda.
Segundo informações do Morning Star News, a esposa de Perez, Eduvina, teve que ocupar seu lugar na cadeia enquanto ele estava no hospital. Quando se recuperou, o evangélico foi novamente abordado pelas autoridades e sua sanha arrecadatória: ou pagava a multa de 5 mil pesos (aproximadamente R$ 750), ou ficava preso outras 72 horas.
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Recusando-se a pagar a multa, Perez foi novamente preso, com o agravante de não assinar um documento onde reconheceria que estava negando a fé evangélica para contribuir com o festival religioso. Por isso, foi enviado para uma área do presídio isolada das demais seções.
Eduvina, vendo a situação, decidiu permanecer na cadeia e fazer companhia ao marido. O caso repercutiu, e a Coordenação de Organizações Cristãs emitiu uma nota, cobrando que as autoridades de instâncias superiores tomassem providências: “A falta de atenção do subsecretário de Assuntos Religiosos e das autoridades locais para resolver este problema, resultaram na privação ilegal das pessoas designadas”, dizia o documento, que frisava que o governador de Chiapas, Manuel Velasco Coello, estava ciente das ações de intolerância desde o final de 2016.