Uma das dificuldades mais comuns atualmente no meio cristão é compreender o ensino bíblico acerca da relação entre o homem e a mulher, tanto na sociedade como na igreja. Grande parte dessa aparente confusão é motivada pelo que atualmente é chamado de “teologia feminista” ou, para alguns, ideologia feminista.
Claire Smith é uma enfermeira australiana. Até seus 20 anos ela se considerava uma feminista e não aceitava o ensino bíblico sobre as diferenças individuais entre homens e mulheres: “Para mim, ser cristão era algo pesado”, disse ela ao site Eternity.
Para Claire, a ideia de que o relacionamento se dá como uma “luta de poder”, como ensina a doutrina marxista, sendo o homem uma espécie de “patrão” da mulher e dos filhos (a mão de obra) com vistas à exploração econômica e familiar, era algo comum em sua mente, assim como é para muitas feministas atualmente.
No entanto, ela teve a oportunidade de estudar com profundidade a Bíblia. Após sua conversão, Claire estudou Teologia, se graduou e depois fez um Doutorado em Novo Testamento. Atualmente a Teóloga e Doutora Claire compreende que, na verdade, o que Deus ensina é uma relação de complementaridade, entendendo a diferença entre “submissão” e “subserviência”:
“Eu acho que uma das coisas que a nossa sociedade fez, que torna muito difícil refletir sobre os ensinamentos da Bíblia sobre homens e mulheres, é que todo tipo de liderança é reduzido ao poder. E o poder, na forma como é concebido, é malévolo. Portanto, é egoísta, violento, explorador, e assim por diante… Eu gostaria de me afastar de um discurso de poder para falar de responsabilidade de servir”, disse ela.
Claire, que escreveu um livro sobre o assunto chamado “O Bom Design de Deus” (em inglês apenas), onde explica a importância do projeto de Deus para a criação, fala que a intenção ao nos criar com potencialidades diferentes é que cada sexo contribua para o crescimento do outro, tanto na igreja como em casa:
“Deus presenteia tanto homens como mulheres. Eles são iguais na criação, na salvação, em Seus propósitos. Não é que os homens recebem todas as coisas boas e as mulheres todas as coisas ruins. Nós somos iguais e usamos os dons que temos de muitas maneiras, mas de certo modo, isso acontece de maneira diferente quando se aplica a certos papéis na igreja e no casamento”, disse ela.
Em dado momento Claire ressalta que ser submissa não é ser conivente com o erro, mas compreender o papel atribuído por Deus ao homem, assim como para a mulher:
“Um marido deve usar o papel dado por Deus, de amar e apreciar sua esposa, para fornecer uma família onde ela possa ser tudo o que pode no Senhor. É claro, isso torna qualquer uso de ameaça, intimidação ou violência dentro do casamento algo errado. Isso é contrário ao modo como Cristo amou a igreja”, explica ela.
Por fim, Claire comenta como se sente abençoada ao compreender o propósito de Deus para a família e diz que é uma prova viva disso, ao ter casado com Rob, seu marido:
“Tive uma compreensão e alegria crescente em ser esposa do Rob e permitir que ele nos guie como um casal e cuide de mim. Sou abençoada porque ele realmente quis que eu usasse todos os meus dons e habilidades ao máximo. Por exemplo, ele me incentivou a passar cinco anos fazendo um doutorado e me apoiou nisso”, disse ela.