A maior clínica de abortos dos Estados Unidos, Planned Parenthood, tem investido em anúncios no Facebook para incentivar adolescentes a praticarem sexo, numa iniciativa exatamente oposta à de grupos cristãos, que pregam a abstinência sexual antes do casamento.
A Planned Parenthood tomou iniciativa de incentivar adolescentes a iniciarem – ou intensificarem – a vida sexual logo depois que parlamentares cobraram uma investigação do Departamento de Saúde e Serviços Humanos sobre a clínica por “permitir o abuso sexual infantil” denunciado pela organização não-governamental Live Action.
A campanha de incentivo ao sexo para adolescentes foi descoberta por Chris Martin, da LifeWay Social, que usou um novo recurso no Facebook que permite aos usuários ver os nomes daqueles que patrocinam anúncios políticos na rede social.
Segundo informações da emissora Christian Broadcasting Network (CBN), um dos anúncios mostra um preservativo e uma banana, enquanto outro direcionado a meninas de até 13 anos garante que “sexo é quente – educação sexual ruim não é”.
“O que quer que você pense sobre sexo, educação sexual ou sobre a ‘Planned Parenthood’, você deve tomar conhecimento do público que recebe esses anúncios. A ‘Planned Parenthood’ está usando anúncios no Facebook para dizer aos alunos do ensino fundamental e médio que ‘Sexo é quente'”, criticou Chris Martin.
A repercussão foi ampliada pela blogueira Elizabeth Johnston, conhecida como “Mamãe Ativista”, que classificou os anúncios como “repugnantes e imorais”: “A Planned Parenthood, uma organização criminosa, está usando o nosso financiamento, o dinheiro dos contribuintes, para anunciar às crianças que o sexo é ótimo, que o sexo é quente”, reclamou, em entrevista à CBN.
O Facebook não passou incólume de críticas, e o ativista Martin destacou que a empresa viola suas próprias regras, que estipulam que a divulgação de preservativos como método contraceptivo ou como fonte de prazer sexual não deve ter como foco pessoas menores de 18 anos.
“Apesar dessas regras, o sistema de anúncios do Facebook permite de alguma forma uma organização cujo modelo de negócio depende de jovens sexualmente ativos para entregar conteúdo que promova a atividade sexual entre pessoas com menos de 18 anos”, disse Martin.
Para Martin, anúncios como o da Planned Parenthood – que também veiculou peças condenando a sugestão de abstinência sexual para crianças e adolescentes – são motivados por interesses escusos: “Você vê a Planned Parenthood se esforçando muito, tentando convencer o público de que a educação focada na abstinência não funciona quando os estudos realmente mostram que isso acontece”, disse Johnston.