Uma importante faculdade cristã de origem pentecostal nos Estados Unidos cedeu às pressões da militância LGBT e anunciou que irá consentir com relacionamentos e manifestações públicas de afeto entre homossexuais em seu campus.
A Faculdade Evangélica Azusa Pacific, na Califórnia, anunciou a decisão na semana passada, e o jornal estudantil Zu Media informou que funcionários da universidade cristã na Califórnia decidiram remover a linguagem do padrão de conduta do aluno que anteriormente proibia tais relacionamentos no campus.
A faculdade traz no nome o endereço do maior avivamento pentecostal já registrado nos Estados Unidos, iniciado durante um culto na Igreja Metodista Episcopal da rua Azusa em 14 de Abril de 1906, e que influenciou toda a nação até meados de 1915.
A direção da faculdade afirmou que, apesar da mudança, marcada para entrar em vigor no segundo semestre de 2018, ainda apoia os “princípios bíblicos da sexualidade humana”, na crença de que “a união sexual é planejada por Deus para ocorrer somente dentro da aliança matrimonial entre um homem e uma mulher”.
Segundo informações do portal The Christian Post, ativistas LGBT há muito tempo protestam pedindo a mudança. Em novembro de 2017, os grupos militantes fizeram uma manifestação em defesa de um ex-funcionário que processou a universidade por despromoção injusta, alegando que ele foi assediado e agredido por colegas que acreditavam que ele seria homossexual.
O jornal da escola explicou que o desfecho é o resultado de um longo diálogo entre os estudantes e a administração, e anos de esforços para esse fim. O Decano Associado de Estudantes, Bill Fiala, descreveu a mudança para o código de conduta do estudante: “As mudanças que ocorreram nos manuais sobre o comportamento sexual criam um padrão para todos os estudantes de graduação, em oposição aos padrões diferenciais para diferentes grupos”, afirmou.
“A mudança que aconteceu com o código de conduta ainda está alinhada com nossa identidade como uma instituição cristã. A linguagem mudou, mas o espírito não. Nosso espírito ainda é uma perspectiva conservadora e evangélica sobre a sexualidade humana”, acrescentou.
Alguns dos ativistas, como Erin Green, co-diretora executiva da Brave Commons e ex-aluna da APU, que pressionou pelo reconhecimento de grupos LGBT, disseram que era “injusto” excluir pessoas em relacionamentos homossexuais. “Os estudantes Queer são tão capazes de romantizar relacionamentos que obedecem às regras da APU. O código usado falsamente assumia que romances de mesmo sexo sempre envolviam comportamento sexual. Essa estigmatização causa danos à nossa comunidade, especialmente àqueles que são sérios sobre sua fé cristã”, alegou.
A fala da ativista Erin Green expõe o avançado nível de aceitação do discurso da chamada “teologia inclusiva”, que prega que a homossexualidade não é um pecado à luz da Bíblia Sagrada.
Junto com a mudança no código de conduta, haverá também um novo programa piloto com o objetivo de fornecer “um espaço seguro para os alunos LGBTQ + no campus”. Bill Fiala comentou que a esperança é que os estudantes “experimentem respeito, justiça, graça e compreensão”.
“Se você olhar para a nossa missão, ela é consistente com o cristianismo. Nossos valores para o programa piloto são inclusividade, amor, bravura. Nossos objetivos são cuidado, conexão e conversação. Todos eles parecem valores cristãos para mim”, argumentou. “Acredito que a missão do nosso programa é o alinhamento com os valores da universidade ao cuidar dos alunos e criar conversas sobre tópicos difíceis”, acrescentou o decano.
Lideranças conservadoras, como o escritor cristão ortodoxo Rod Dreher, criticaram a decisão da faculdade: “Eles podem dizer a si mesmos o que quiserem sobre seu ‘espírito’, mas é auto-engano. É assim que as instituições conservadoras se entregam: desistindo, depois dizendo a si mesmas (e a seus doadores) que não se renderam. Livrar a própria cara não é mesma coisa que salvar os valores centrais da instituição”, escreveu ele no site The American Conservative no último sábado.
“A Azusa Pacific é uma importante escola evangélica. Será muito interessante ver o que o restante das escolas do Conselho de Faculdades Cristãs e Universidades (CCCU) farão em resposta”, concluiu Dreher.