Ocupando a posição número 20 na lista mundial de perseguição religiosa publicada anualmente pela organização Portas Abertas, em um total de 50 nações onde a intolerância religiosa é mais grave, o Vietnã ainda é um dos piores locais para uma família que segue a Jesus Cristo viver.
Isso porque, a perseguição religiosa ocorre no país por dois motivos principais. Primeiro, devido ao regime político do Vietnã, que é o comunismo. Ou seja, uma ideologia que enxerga a fé em Deus como uma fraqueza social digna de ser extirpada da sociedade. O cristianismo, neste sentido, constitui a maior ameaça.
“Os comunistas consideram a igreja como um grupo perigoso facilmente capaz de mobilizar grandes massas. Os modernizadores gostariam de ver os princípios de doi moi “renovação”, traduzidos para várias partes da vida e da política nacionais”, diz a Portas Abertas. “Claro, ninguém se atreve a duvidar abertamente do domínio do Partido Comunista.”
Segundo, devido à prática de crenças antigas nas regiões mais isoladas, incluindo o culto aos deuses de seus antepassados. Quem se converte a Cristo e abandona essas tradições místicas também são vítimas de perseguição. Foi o que aconteceu com uma família residente no norte do país.
Thuan e sua esposa Hien (nomes verdadeiros omitidos por razão de segurança) foram expulsos de sua casa, juntamente com seus filhos, por se converterem a Jesus Cristo. Os próprios agentes do governo disseram ao casal que deviam voltar a cultuar os deuses de seus antepassados, ou seriam excluídos da comunidade. Eles recusaram a oferta.
Atualmente, segundo informações da Open Doors, o casal e seus filhos vivem em condições precárias, pois até a casa deles foi saqueada e os animais utilizados para sobrevivência tomados pelos moradores da região.
Não satisfeitos com a expulsão da família cristã da comunidade, os moradores destruíram a casa, plantações e demais utensílios pessoais dos cristãos, uma dura realidade enfrentada diariamente também por outros que escolhem seguir a Jesus.
“Nos últimos anos, o governo comunista vem reforçando os controles sobre a liberdade de expressão, associação e culto. A censura da mídia está aumentando, especialmente na internet”, diz a Portas Abertas.
“Novos convertidos para algumas comunidades protestantes enfrentam discriminação, intimidação e pressão para renunciar a fé. Indivíduos, incluindo líderes e ativistas católicos, continuam presos ou detidos por atividades religiosas”, conclui.