Poucos dias antes de uma conferência anual no Madison Square Garden, em Nova York, o fundador da mega igreja australiana Hillsong, pastor Brian Houston, negou ter tentado encobrir um caso de pedofilia envolvendo seu pai, Frank Houston, que faleceu em 2004.
Em 1999, Frank Houston, que também era pastor, confessou ter abusado sexualmente de um menor de idade em sua congregação Nova Zelândia, 30 anos antes. Em resposta, seu filho, que na época era presidente das Assembleias de Deus na Austrália, o demitiu, assumiu o controle da igreja e se uniu ao que hoje se tornou a Hillsong.
Nas últimas semanas, o fundador da Hillsong depôs sobre o caso em Sydney, e negou qualquer tentativa de encobrir as acusações contra seu pai. Em seu depoimento, ele negou ter tentado esconder seu envolvimento em um pagamento de 10 mil dólares de compensação feito ao homem que foi abusado, quando criança, por seu pai.
– Eu reconheço a coragem da vítima em tomar a posição hoje para falar do trauma que ele sofreu por Frank Houston – disse Brian Houston em comunicado.
– No entanto, eu discordo de sua percepção do telefonema comigo, e refuto fortemente que eu – a qualquer momento – o acusei de tentar meu pai. Eu nunca diria isso e eu não acredito nisso. Em nenhum momento eu tentei ocultar ou encobrir as acusações contra o meu pai – completou o fundador da Hillsong.
O governo australiano, através do que é chamado de uma Comissão Real, está examinando como as instituições religiosas – incluindo a rede igreja pentecostal que deu origem à Hillsong – têm tratado alegações de abuso sexual. A Comissão Real é o mais alto nível de justiça da Austrália, e a mais importante forma de investigação no país.
Frank Houston nunca enfrentou processos por crimes cometidos em 1960 e 1970. As Assembleias de Deus na Austrália permitiram que ele se demitisse calmamente com um pacote de aposentadoria.
Em seu comunicado sobre o caso, Brian Houston afirmou acreditar que “a exposição dos casos de abuso sexual de crianças e a resposta das instituições em relação ao abuso é um poderoso passo no processo de cura”.
– Ter que encarar o fato de que meu pai envolvido em tais atos repulsivos era, e ainda é, agonizante – afirmou.