A intimidação é um dos primeiros sinais de que um regime político está se tornando autoritário. No caso da China, onde a ideologia comunista controla a vida social e política do país, essa prática também é uma ferramenta para coagir os cristãos que denunciam a existência de perseguição religiosa.
Como se já não bastasse o governo chinês ordenar o fechamento de templos, proibir o ensino da Bíblia publicamente e até crianças irem aos cultos, a organização Mission Network News denunciou que o Partido Comunista está ameaçando de prisão os cristãos que denunciarem casos de perseguição religiosa no país.
A intenção do governo chinês é evitar que denuncias desse tipo afetem a imagem da China no exterior, uma prática compartilhada por outros países como a Coreia do Norte, também controlada pela ideologia comunista.
“A pessoa que expõe essa informação, que é chamada de segredos de estado reveladores, pode enfrentar entre 7 e 15 anos de prisão simplesmente por indicar que foi interrogada”, disse Eric Foley, da organização Voz dos Mártires.
Foley destacou que desde fevereiro de 2018 “se tornou um crime ser um cristão clandestino”, ou seja, praticar o cristianismo em casa ou em igrejas não reconhecidas pelo Estado como “legalizadas”.
“A China realmente presta atenção em como a igreja e o resto do mundo respondem” às denúncias de perseguição religiosa, explica Foley. “Também se preocupa com o que os governos pensam, se os governos em todo o mundo reconhecem que o governo chinês está envolvido em perseguição religiosa, isso cria problemas reais para o governo chinês”.
Por causa disso o governo chinês vem fazendo vistorias regulares em diversas comunidades cristãs, levando presos cristãos e seus líderes para depoimentos, tudo isso a fim de amedrontar os fiéis.
Foley explica que o governo chinês espera cansar os cristãos do país, para que eles se deem por vencidos e desistam de continuar denunciando os casos de perseguição, até que possam estar completamente rendidos ao regime político-ideológico do país.