Em meados de 2013 a fuga do senador e pastor evangélico boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil motivou um grande desconforto entre os governos do Brasil e da Bolívia. Porém, informações publicadas recentemente pelo Estadão mostram que, antes da fuga de Molina, o Governo Brasileiro tentou enviá-lo para a Venezuela ou Nicarágua, em ação acordada com o governo da Bolívia.
A reportagem, assinada por Andreza Matais, revela que quatro diplomatas brasileiros discutiram o plano na capital boliviana com os principais assessores do presidente para tirar o senador da embaixada brasileira em La Paz, onde ele ficou confinado durante 450 dias em uma sala sem janelas, num avião venezuelano.
O plano para a retirada do senador da embaixada brasileira consistia em oferecer a ele ajuda para sair da Bolívia, com a condição de que ele deveria dar ao governo brasileiro total direito de enviá-lo a um país sem antes o informar seu destino. Além disso, ele deveria aceitar receber uma junta de juízes para que fosse citado nos processos judiciais aos quais responde.
O objetivo da operação secreta seria evitar que o governo brasileiro se indispusesse com Evo Morales, ao ter que abrigar o político opositor de seu regime. Porém, o plano não deu certo porque o senador não aceitou a proposta para viajar sem saber seu destino.
Refugiado no Brasil após deixar a Bolívia com a ajuda de diplomatas brasileiros, o senador Roger Pinto vive atualmente em um quarto em Brasília, e aguarda a decisão do governo de Dilma Rousseff se irá ou não lhe conceder refúgio no Brasil.
O governo brasileiro ainda não decidiu se irá conceder refúgio ao senador. O prazo vence no dia 28 de fevereiro, mas o pedido ainda está sendo analisado. O advogado do senador boliviano, Fernando Tibúrcio Peña, criticou a demora, que diz causar instabilidade ao seu cliente, e acusou a politização do caso.
– Na época em que ele chegou ao Brasil, o ministro da Justiça me disse que havia interesse em resolver o caso rapidamente, mas vejo que o caso continua politizado – declarou o advogado.
Por Dan Martins, para o Gospel+