O patriarca Kirill de Moscou, líder da Igreja Ortodoxa Russa, revelou que mais de 60 igrejas foram destruídas pelos combates nas cidades de Donetsk e Horlivka, na Ucrânia, e pediu o fim do derramamento de sangue entre separatistas pró-Rússia e o Exército do país.
De acordo com Kirill, cristãos estão enfrentando sofrimento e perseguição religiosa por causa dos conflitos. “Toda a população civil de Donbas está sofrendo com a desastres e conflitos armados. Os membros devotos de nossa igreja, cujas paróquias e claustros compõem a maioria das comunidades religiosas na região, precisam de ajuda humanitária”, disse Kirill.
De acordo com informações do Christian Post, os líderes ocidentais acusaram a Rússia de apoiar diretamente os rebeldes que tomaram cidades no leste da Ucrânia, o que causou a morte de mais de 5 mil pessoas. Entretanto, o presidente russo, Vladimir Putin, negou todas as acusações de envolvimento no conflito.
O líder cristão ortodoxo russo muitas vezes expressou seu apoio a Putin, porém nos últimos tempos tem falado contra a guerra na Ucrânia, exortando as partes a buscarem uma solução pacífica.
Kirill também acusou as organizações cismáticas da Ucrânia, como o Patriarcado de Kiev, de fechar igrejas e tornar a vida dos crentes mais difícil: “No ano passado, cismáticos foram presos ilegalmente em pelo menos 18 igrejas nas cidades de Rivne, Vinnytsya, Ternopol, Lvov e em outras regiões. Deve-se notar que houve muitas tentativas sem sucesso para aproveitar as igrejas, que atesta não só a persistência dos cismáticos, mas também a coragem e a firmeza da fé dos cristãos ortodoxos ucranianos”, disse ele.
Em dezembro, o arcebispo Isichenko da Igreja Ortodoxa Ucraniana comentou a situação política e a influência sobre a denominação: “Depois de vagar no crepúsculo de impérios, as Igrejas orientais, como os antigos sábios, redescobriram a principal estrela da liberdade em Cristo. A Igreja será capaz de se livrar do enganoso patrocínio de poderes terrestres em seu caminho em direção a esta aurora? Essa é a pergunta fundamental que o ano de 2014 deixou”, pontuou.