Apesar do tema sobre masculinidade estar sendo muito falado atualmente, inclusive de forma errônea como através do movimento RedPill, muitos homens parecem querer mesmo é deixar de assumir responsabilidades, passando a ser omissos dentro da própria família.
É o que aponta o teólogo e autor Greg Morse em um artigo escrito para o Coalizão pelo Evangelho. Em seu texto, Morse afirma que tem sido cada vez mais comum as esposas reclamarem de maridos que não saem do sofá e da frente da TV.
São homens que acreditam estar exercendo uma boa liderança apenas pelo fato de possuírem um trabalho e/ou executarem tarefas básicas no lar, mas que não investem no desenvolvimento espiritual dos filhos, da esposa e em habilidades diversas pelo bem da família.
“Vemos que a passividade de Adão ecoou em inúmeros casamentos hoje. A tentação de ser emocional e espiritualmente ausente, ao mesmo tempo que é fisicamente presente, apenas mudou o estilo de cabelo ao longo do tempo”, explica Morse.
“O mesmo repouso, pouco viril, ainda convida os homens a se reclinarem no banco do passageiro. Deus chama os maridos hoje com a mesma pergunta que fez no jardim: ‘Adão, onde estás?'”.
Conselhos
Diante da passividade atual dos homens, Morse oferece alguns conselhos, sendo o primeiro a compreensão de que a felicidade da esposa é sinônimo da felicidade do marido, devendo isso ser uma prioridade.
“Pode-se dizer em uma perspectiva eterna: esposa feliz (no Senhor), vida feliz. Mas o significado mais comum dessa frase não pode ser esquecido: a vida de um homem é menos miserável quando a mulher consegue o que quer”, diz o autor.
Morse, contudo, lembra que essa felicidade não deve ser irresponsável, neste caso, a qualquer custo, pois o homem precisará tomar decisões delicadas que poderão causar conflito, desde que elas estejam fundamentadas na Palavra de Deus.
“Alegria duradoura nos casamentos é encontrada ao viver o drama de Cristo e sua noiva, não de a Adão e a dele”, lembra o autor no texto compartilhado pelo Voltemos ao Evangelho.
Por fim, Morse aconselha os homens a entenderam o significado da liderança sacrificial, que consiste em seguir o exemplo de Jesus Cristo. Trata-se de um modelo que não se impõe mediante a autoridade falada ou de uma servidão passiva, mas pelo exemplo do amor e pelo exercício da responsabilidade.
“O servo bem-intencionado que não lidera, na tentativa honesta de amor e serviço à sua esposa, abdica de um tipo de serviço que abala seu chamado para ser marido e assumir responsabilidades, tomar iniciativa e sentir o peso das mais difíceis decisões”, diz o autor.
“Em vez disso, prefiro a liderança sacrificial: ‘Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.’ (Efésios 5.25). É uma liderança que, sem abrir mão de sua responsabilidade ou desculpar-se por sua autoridade, vê seu papel como um chamado a se incomodar primeiro para o bem de sua família e do próximo.”