Um dos elementos mais cruciais na revelação de Jesus Cristo, seu evangelho e obra redentora, foi a equiparação de todos os seres humanos em uma única condição. No livro de Gálatas, capítulo 3, dos versículos 26 ao 29 está escrito:
“Porquanto, todos vós sois filhos de Deus por meio da fé que tendes em Cristo Jesus, pois todos quantos em Cristo fostes batizados, de Cristo vos revestistes. Não há judeu nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e plenos herdeiros de acordo com a Promessa.”
No entanto, embora a Bíblia ensine a condição de igualdade entre os seres humanos, como descreve também Romanos 3:23, ao dizer que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus”, a herança de discriminação racial ainda repercute em algumas igrejas nos Estados Unidos.
O filme “Pantera Negra” está servindo para exemplificar como os efeitos da segregação racial norte-americana afetou a comunidade negra naquele país, ao ponto de igrejas compostas por maioria negra estarem levando seus membros para assistirem o filme em sessões fechadas no cinema.
“As pessoas sempre quiseram ter algo com o qual podem se identificar e isso [o filme] representa esperança. Isso reflete algo maior”, afirmou o pastor e cantor Kirk Franklin, líder de uma comunidade local. “Quando você pode se ver fazendo coisas ‘sobrenaturais’, então se torna capaz de assumir esse poder e acredita que você também possui uma habilidade sobrenatural”, disse ele.
Para o pastor Kyev Tatum, líder da Southern Christian Leadership, o filme vai na contramão do que é apresentado na TV sobre a figura do negro, servindo de inspiração para crianças e jovens que não tinham como referência super-heróis negros:
“Uma criança com problemas precisa de 3 coisas: sentido, responsabilidade e oportunidade. Se você oferecer essas três coisas enquanto elas ainda estão se desenvolvendo, ajudará a terem uma autoimagem positiva. Isso é muito importante quando você sempre se vê retratado de forma negativa. Você olha a TV e o negro sempre é o rejeitado, o suspeito ou o marginal. Isso te faz internalizar a inferioridade racial”, disse ele, segundo informações do Christian Post.
Joe Baker, da Igreja Nação do Refúgio em Newport News, comprou 500 ingressos e agendou uma transmissão exclusiva no cinema para jovens entre 11 e 18 anos. Estes líderes, embora entendam a igualdade do ser humano na pessoa de Jesus Cristo, decidiram fazer do filme “Pantera Negra” um motivo de inspiração para suas comunidades.