O Iraque é uma das regiões mais atacadas pelo grupo terrorista Estado Islâmico, onde espalham medo, terror e destruição. Segundo o arcebispo iraquiano Bashar Warda, de Erbil, os extremistas muçulmanos foram responsáveis por deslocar mais de de 125 mil cristãos na região de Nínive, onde hoje é Mossul, a terceira maior cidade do país.
Apesar da extrema perseguição, os cristãos não se mostram espiritualmente vencidos. Pelo contrário, eles estão utilizando a experiência e testemunho dos mártires cristãos atuais e do passado para transmitirem uma mensagem de fé, misericórdia e esperança aos muçulmanos oprimidos pelo islamismo.
Em um evento realizado semana passada na Universidade de Georgetown, em Washington, o arcebispo relatou que os ataques frequentes do Estado Islâmico deixou os cristãos “sem abrigo, sem refúgio, sem trabalho, sem propriedades, sem mosteiros, sem a capacidade de participar de qualquer coisa que dê dignidade”.
“Assim, poucos de nós acabam restando, alguns estimam que sejamos em 200 mil cristãos ou menos”, disse ele, reconhecendo também que apesar da perseguição, não deixaram de exercitar um dos ensinos mais marcantes de Cristo, que é a compaixão:
“Nós perdoamos aqueles que assassinaram, torturaram, estupraram e tentaram destruir tudo sobre nós. Nós os perdoamos em nome de Jesus Cristo”, disse Warda, alertando também que líderes muçulmanos precisam se posicionar contra o avanço do extremismo islâmico:
“Existe uma crise fundamental dentro do próprio Islã e se essa crise não for reconhecida, abordada e corrigida, não há futuro para os cristãos no Oriente Médio. Nós ouvimos algumas vozes corajosas dos líderes islâmicos sobre a necessidade de mudança e a necessidade de abordar esta questão abertamente. Isso deve ser encorajado”, disse ele.
Mesmo com as recentes vitórias das forças de coalização internacional contra o Estado Islâmico, recuperando territórios iraquianos antes dominados pelos jihadistas, o contexto de guerra e tensão na região permanece um desafio para o cristãos, dificultando o retorno deles às terras de origem.
Ashur Sargon Eskrya, presidente da filial da ‘Assyrian Aid Society’ no Iraque, disse que esse é “um momento crítico para os cristãos do Iraque”, considerando a retomada dos territórios e da vida cotidiana o maior desafio da comunidade após a onda de ataques que terminou na morte de milhares de cristãos.