Em pleno processo de impeachment, o governador afastado do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) foi batizado nas águas na Igreja Vida Nova, em Inhaúma, na capital do estado. A celebração ocorreu no último domingo, 29 de novembro de 2020.
A Igreja Vida Nova batizou Witzel um dia antes de o ex-juiz protocolar sua defesa ao tribunal misto que decidirá se ele perde o mandato de forma definitiva. A mulher do governador, Helena, e uma das filhas do casal também foram batizadas.
Na campanha eleitoral de 2018, Witzel se apresentou como católico. Na última terça-feira, 01 de dezembro, Wilson Witzel usou um versículo nas redes sociais para comentar seu momento político: “Lucas 18: 26. E os que ouviram isto disseram: Logo quem pode salvar-se? Mas ele respondeu: as coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus. Quais sonhos você tem sonhado, que para você é impossível de alcançar? Jesus nos ensina que aquilo que é impossível para nós seres humanos, é totalmente possível para Deus. Apenas creia e tudo irá acontecer”.
De acordo com informações do jornal O Globo, na próxima sexta-feira, 04 de dezembro, o Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) fará uma nova sessão sobre o impeachment, e os cinco deputados e cinco desembargadores que integram o grupo vão definir o calendário do julgamento.
Conversão e confiança
A esposa do governador, Helena, foi a primeira da família que se converteu à fé evangélica, logo que o processo de impeachment foi iniciado. Desde então, passou a compartilhar a mensagem com o marido e iniciou a realização de cultos no Palácio das Laranjeiras, inclusive com a presença do pastor Abner Ferreira, presidente da Assembleia de Deus em Madureira, igreja que era frequentada pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB).
Witzel, motivado pelo novo momento pessoal, declarou ao jornal que está confiante de que será absolvido: “Estou confiante no meu retorno. Sou inocente, mas sofro um processo de rejeição política, pela própria política, por não aceitar ser simplesmente pautado por interesses individuais de qualquer ordem”.
“A manipulação do processo penal é terrível e vem sendo usada por muito tempo para assassinar reputações. Exatamente isto que está acontecendo comigo, único governador investigado que está afastado, tão somente por indícios e com a suposta acusação de que eu desviei a exuberante quantia de R$ 74 mil! A verdade prevalecerá, pelo bem da democracia. Este é meu sonho!”, acrescentou.
As denúncias, segundo ele, foram feitas com base em delações “sem provas e que não houve uma investigação aprofundada”. Assim, o julgamento seria sua única oportunidade de evidenciar os fatos: “O que fez o Ministério Público Federal, na pessoa de sua procuradora Lindora Araújo, foi apenas denunciar com base em delações sem provas, o que pela jurisprudência do STF não é admitido”.
“Não houve qualquer investigação aprofundada, para não correr o risco de desmontar a farsa desta narrativa sobre mim. Vale dizer que há apenas um indício de que eu tenha recebido alguma vantagem, a escuta telefônica de Luiz Roberto da Unir, que curiosamente nunca foi ouvido e apesar de integrar extensa organização criminosa descoberta pelo MPRJ, está solto! Mesmo tendo sido apreendido mais de um milhão de reais em espécie na sua casa! Estranho!”, finalizou.