Todas as escolas na Inglaterra estão obrigadas, desde setembro, a adotar uma grade curricular que inclui a ideologia de gênero e aspectos da cultura LGBT em suas matérias. Pais de alunos que discordam já fizeram protestos contra determinações semelhantes recentemente.
As escolas de segundo grau passarão a abordar aspectos relacionados à orientação sexual, ideologia de gênero e relacionamentos saudáveis, enquanto as escolas de primeiro grau ensinarão as crianças sobre diferentes formatos de família, incluindo assim, a união entre pessoas do mesmo sexo.
Conforme veiculado pela emissora Christian Broadcasting Network (CBN News), essa nova diretriz foi implementada sob o argumento de que as aulas levarão os alunos a um “bem-estar mental” e “saibam como estar seguros e saudáveis”.
“É por isso que tornamos a Educação para Relacionamentos obrigatória em todas as escolas primárias na Inglaterra e Relações e Educação Sexual obrigatória em todas as escolas secundárias, além de tornar a Educação para a Saúde obrigatória em todas as escolas financiadas pelo Estado”, diz um trecho da justificativa da medida.
A ativista LGBT Sidonie Bertrand-Shelton, ligada à ONG Stonewall, comemorou a imposição: “A educação inclusiva LGBT consiste em ensinar que algumas crianças têm duas mães ou dois pais. Aprender sobre diferentes tipos de famílias desde a tenra idade ajuda a criar ambientes inclusivos para que todos sintam que fazem parte”.
Protestos
As novas medidas não foram bem recebidas por todos os pais, que já vinham protestando desde novembro de 2019 na cidade de Birmingham, que estabeleceu conteúdo similar nas escolas.
Os pais argumentam que as lições sobre relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo vão contra suas crenças religiosas. Muitos fizeram parte de um protesto, em que exibiram cartazes com frases como “Meu filho, minha regra”; “Deixem as crianças serem crianças”; e “Diga não à sexualização de crianças”.
A repercussão, à época, levou a Parkfield Community School em Birmingham a suspender seu programa de ensino LGBTQ no ano passado para consultar os pais após as manifestações. Apesar da resistência em Birmingham, os membros do Parlamento Inglês tiveram uma votação de 538 a 21 a favor de que o novo currículo a começasse em setembro de 2020.
Os pais têm o direito de solicitar que seu filho seja retirado de algumas ou todas as aulas ministradas como parte da educação sexual, mas os alunos não estão autorizados a recusar a seção de Educação sobre Relacionamento e Saúde, o que ainda incomoda parte dos pais cristãos.
As diretrizes incentivam os professores a “instruírem os alunos de maneira delicada e ordenada”, especificando que nenhum aluno deve ficar de fora: “Esperamos que todos os alunos tenham aprendido conteúdo LGBT em tempo hábil como parte desta área do currículo”.
Globalismo
O pastor Carlos Roberto Silva usou seu blog para repercutir a notícia e afirmou que a obrigatoriedade de temas LGBT nas escolas da Inglaterra são parte da “triste tendência natural do mundo relativista que vivemos, que cumpre passo a passo uma agenda liberalizante e globalista”.
“No Brasil, a coisa ainda não debandou por completo, por conta da resistência dos conservadores e da Igreja de maneira geral, e é o que devemos continuar fazendo, orando, ensinando nossas crianças e jovens, mesmo com as dificuldades que se apresentam, e também votando de maneira correta naqueles que, além da sua capacidade para os cargos que pleiteiam, também estejam alinhados com nossa forma de pensar”, avaliou.