A disposição do Irã em manter o clima de tensão com Israel levou a mais uma ameaça na última sexta-feira, 20 de abril, com o vice-comandante da Guarda Revolucionária Iraniana afirmando que “o dedo está no gatilho e os mísseis estão prontos” para atacar a nação judaica.
As declarações do general Hossein Salami foram feitas em Teerã, capital iraniana, momentos antes das orações islâmicas. “A qualquer momento que o inimigo conduzir algo contra nós, nós lançaremos os mísseis”.
Agressivo, o militar iraniano se dirigiu aos israelenses: “Nós te conhecemos muito bem. Você está exposto a um grande dano porque você não tem profundidade, você está cercado em todas as direções e não tem para onde fugir, a não ser para cair no mar. Não confie em suas bases militares porque elas estão no campo de tiro e podemos atacá-las e impedi-las [de operar]”.
Salami afirmou que uma guerra contra Israel nos dias atuais teria desfecho diferente dos confrontos no passado: “A resistência hoje é muito mais forte do que era no passado. Não pense que as novas guerras serão como a Segunda Guerra do Líbano. Não coloque sua esperança nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Quando eles chegarem, você já terá desaparecido, portanto, não faça cálculos incorretos”, ameaçou o general iraniano.
De acordo com informações do portal Haaretz, Salami contou vantagem ao dizer que durante as ações na Síria os militares iranianos aprenderam como superar seus inimigos e prejudicar suas estratégias.
“Os Estados Unidos foram derrotados na Síria porque os americanos não tinham uma política clara, e cada ação que tomam faz com que pareçam ridículos, como a operação que fizeram há alguns dias, porque não têm estratégia. Hoje estamos muito mais fortes do que nunca em todas as áreas”, afirmou.
As respostas de Israel às ameças iranianos vieram em duas doses. A primeira foi um pronunciamento do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, durante um evento em comemoração aos 70 anos de Israel, em Tel Aviv. “Estamos certos de nossas capacidades para nos proteger com nosso próprio poder”, disse.
Uma prova dessa capacidade foi dada dois dias depois das declarações de Salami. No último domingo, 22 de abril, veio a confirmação de que Israel realmente havia bombardeado dias antes um avançado sistema de defesa antiaérea do Irã em uma base aérea da Síria.
“Foi a primeira vez que atacamos alvos iranianos ativos, tanto instalações quanto pessoas”, disse uma fonte militar israelense, segundo Thomas Friedman, colunista do jornal The New York Times, na ocasião.
A ação foi uma resposta de Israel ao envio de um drone iraniano armado para seu território. Israel abateu o drone e retaliou com ataques na Síria, durante o qual um avião de guerra israelense F-16 foi derrubado. Sete militares iranianos morreram no bombardeio.