Viver em um país onde a liberdade religiosa nos permite escolher qual doutrina seguir, não é algo que a população do Irã conhece. Sendo uma teocracia islâmica, o país não permite que os cidadãos mulçumanos nativos, por exemplo, se convertam ao cristianismo ou a qualquer outra religião.
Como resultado, muitos cristãos que entregam suas vidas a Jesus terminam sofrendo várias punições, incluindo aulas forçadas de “reeducação islâmica”, segundo informações de um relatório publicado recentemente pelo Article 18.
“Os cristãos, da cidade ocidental de Dezful, foram chamados por agentes de inteligência do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) na noite de sexta-feira e disseram que deveriam visitá-los na manhã seguinte”, diz o comunicado divulgado no dia 1° desse mês.
No total, 10 cristãos convertidos que já haviam enfrentado falsas acusações de blasfêmia foram convocados. No sábado, ao comparecer ao local marcado, eles foram avisados que teriam que fazer dez reuniões com líderes islâmicos que iriam “conduzi-los de volta ao caminho certo”.
Segundo as autoridades locais, os cristãos teriam sido “enganados” quando resolveram se converter ao cristianismo. De acordo com a Article 18, episódios dessa natureza têm se intensificado no país.
“Em 2021, a Guarda Revolucionária foi responsável por 12 dos 38 incidentes documentados de prisões de cristãos ou invasões em suas casas ou igrejas domésticas”, diz a organização.
Na lista mundial de perseguição religiosa elaborada pela organização Portas Abertas, o Irã aparece na 9ª colocação em um ranking de 50 nações. A entidade destaca justamente a intolerância voltada de forma mais grave contra os cristãos convertidos do islamismo, explicando que o governo enxerga isso como uma ameaça à sua teocracia.
“O governo vê o crescimento da igreja no Irã como uma tentativa dos países ocidentais de minar o domínio islâmico no país”, diz a Portas Abertas em sua atualização anual da lista já este ano de 2022.
“Igrejas domésticas formadas de cristãos ex-muçulmanos são muitas vezes invadidas, e tanto líderes quanto membros são presos, acusados e recebem longas sentenças de prisão por ‘crimes contra a segurança nacional'”, conclui a entidade.
A organização pede orações para que os irmãos em Cristo tenham condições de resistir à intolerância religiosa, sendo capazes de testemunhar a graça e o poder de Deus mesmo em um contexto de tanta opressão.