A recusa de uma jovem cristã a se casar com um muçulmano e se converter ao islã levou à sua morte. O caso, registrado no Paquistão, está sendo investigado pela Polícia local, que já teria prendido o assassino.
Asma Masih, 25 anos, vinha sendo assediada por um muçulmano que vive na região nordeste do Paquistão, em Sialkot. Ela já havia recusado diversos pedidos de casamento do mesmo homem, dentre outros motivos, por não querer abandonar sua fé. No último domingo, 22 de abril, ela não resistiu aos ferimentos causados pelo rejeitado, e morreu.
Segundo informações do portal Christian Today, o pai de Asma, Yaqoob Masih, o ataque aconteceu enquanto a jovem trabalhava como doméstica. Ela foi atender à porta e o homem que queria se casar com ela a atacou, jogando ácido e ateando fogo a seu corpo, como retaliação por sua recusa em seu casar com ele.
Yaqoob, que estava visitando a casa em que a filha estava trabalhando, disse ter visto o homem, identificado como Rizwan Gujjar “fugindo da cena enquanto Asma estava em chamas”.
O portal local Pakistan Today informou que o sub-inspetor da Polícia, Muhammad Riaz, relatou que Guijar, 30 anos, foi encontrado e confessou o ataque, antes de ser preso: “Nós preparamos os documentos necessários e o enviamos para a cadeia”, resumiu o policial.
Nasir Saeed, diretor do Centre for Legal Aid, Assistance and Settlement (CLAAS), afirmou que as mulheres cristãs são vistas como “mercadoria barata” no Paquistão, resultado da perseguição religiosa existente no país.
O CLAAS é uma entidade de caridade cristã dedicada a ajudar fiéis perseguidos, com sede no Reino Unido. Saeed afirmou ao Christian Today que apesar de algumas leis estarem em vigor, como a Lei de Proteção Contra o Assédio às Mulheres no Local de Trabalho, de 2010, e a Lei de Proteção às Mulheres Contra a Violência, de 2015, é difícil mudar uma cultura do dia para a noite.
O resultado é que, na realidade, as cristãs do Paquistão estão sempre em perigo: “Elas são muitas vezes perseguidas e intimidadas em seu local de trabalho. Elas são frequentemente obrigadas a se converter ao islamismo e se casar com colegas muçulmanos”, disse Nasir Saeed.
Citando estatísticas que apontam o Paquistão como um dos piores países para uma mulher cristã viver, Saeed pontuou que a decisão de permanecer firme à sua fé e tradições significa um sério risco de morte.
“Se elas se recusam, têm consequências terríveis. Às vezes, elas são sequestradas e convertidas à força ao Islã, e às vezes são atacadas com ácido. Esses casos estão se tornando questões cotidianas e a polícia quase não faz avanços, especialmente se a vítima é cristã”, finalizou.