Patrícia Lélis, 23 anos, começou a ser julgada pelos crimes de denunciação caluniosa e extorsão nesta quinta-feira, 25 de maio, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo (SP), mas não compareceu ao tribunal.
O caso que está sendo julgado agora é o investigado pela Polícia Civil de São Paulo, que a indiciou por mentir em depoimento e tentar extorquir dinheiro do então assessor parlamentar Talma Bauer, 65 anos, ex-chefe de gabinete do pastor Marco Feliciano (PSC-SP). O inquérito em que Patrícia Lélis acusa Feliciano de tentativa de estupro corre em segredo de Justiça no Supremo Tribunal Federal, acompanhado pela Polícia Federal.
A Justiça autorizou Patrícia Lélis a não comparecer ao tribunal durante o julgamento, pois como ela mora em Brasília, poderá ser interrogada por carta precatória, depois que o juiz Carlos José Zulian, da 1ª Vara Criminal, ouvir todas as testemunhas e decidir se é necessário o comparecimento da jornalista.
“Patricia não vai comparecer. Pedi a Justiça e ela aceitou que minha cliente seja ouvida somente após o depoimento de todas as testemunhas”, disse a advogada Lívia Novak, que atua na defesa da ré ao lado de Ana Ruas, segundo informações do G1.
A advogada não revelou qual será o argumento da defesa para rebater as acusações da 1ª Promotoria Criminal, de que Patrícia mentiu à Polícia Civil em agosto de 2016 ao dizer que foi sequestrada e mantida em cárcere privado pelo assessor de Feliciano num hotel no centro de São Paulo.
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O promotor Alfredo Mainardi Neto também a acusa de cobrar dinheiro de Bauer para gravar vídeos desmentindo a acusação de tentativa de assédio sexual que havia feito contra Feliciano, em junho do ano passado. O assessor parlamentar alegou ter pago R$ 20 mil a uma pessoa que se apresentou como emissário de Patrícia.
Como o caso corre em segredo de Justiça, Livia Novak alegou que precisa manter sua estratégia em sigilo: “Não são verdadeiras [as acusações] e isso será provado ao curso de toda a instrução. A história não é como está sendo posta pelo Ministério Público. Ela não extorquiu o Bauer e muito menos cometeu uma denunciação caluniosa”, disse a advogada.