A postura da militância LGBT contra cristãos e conservadores nos Estados Unidos subiu de tom em agressividade com a projeção de vitória do candidato do Partido Democrata: querem impedir o credenciamento de faculdades e escolas cristãs em um eventual governo de Joe Biden.
A iniciativa visa a imposição de matérias sobre Direitos Humanos que incluam a agenda LGBT e temas como ideologia de gênero. A entidade The Human Rights Campaign (HRC, na sigla em inglês) publicou um documento, chamado Blueprint for Positive Change 2020, solicitando que a administração Biden retire a autorização de escolas e faculdades que não endossarem suas pautas.
Em 22 páginas, os ativistas exigem dezenas de objetivos que a Casa Branca, sob a gestão Biden, deve se empenhar para alcançar. Se o pedido de descredenciamento das instituições de ensino cristãs for atendido, o impacto social será enorme.
De acordo com a legislação em vigor, conhecida como Lei de Oportunidade de Ensino Superior, as agências de credenciamento devem garantir que seus padrões “respeitem a missão declarada da instituição de ensino superior”, incluindo a missão “religiosa” de uma escola. Nos Estados Unidos é muito comum que denominações invistam na criação de escolas confessionais.
O HRC defende que a linguagem “poderia ser interpretada como uma exigência que os órgãos de credenciamento descredenciem instituições religiosas que discriminem ou que não atendam aos padrões curriculares baseados em ciência”.
Os ativistas acrescentam que o Departamento de Educação “deve emitir um regulamento esclarecendo que esta disposição […] não aceita o credenciamento de instituições religiosas que não atendam aos padrões de credenciamento neutros, incluindo políticas de não discriminação e requisitos de currículo científico”.
Mordaça
O pastor Albert Mohler, presidente do Seminário Teológico Batista do Sul, afirmou que a demanda dos ativistas é “sinistra”.
“Nunca vi nenhum documento como este antes – a Campanha de Direitos Humanos está efetivamente convocando faculdades e escolas religiosas a serem coagidos à revolução sexual ou privados de credenciamento”, disse Mohler em um artigo em seu site pessoal.
“Em texto claro, para que todo o mundo veja, a Human Rights Campaign convoca a administração Biden a negar o credenciamento – ou, pelo menos, a facilitar a recusa do credenciamento – a instituições cristãs, faculdades e universidades cristãs e, por isso importa, qualquer outra instituição religiosa ou escola que não atenda às demandas dos princípios LGBTQ”, acrescentou ele.
Para deixar claro o significado da iniciativa, Mohler pontuou que se Biden for empossado e acatar a exigência da militância LGBT, o resultado prático é que as escolas confessionais seriam obrigadas a “abandonar os padrões bíblicos de ensino, contratação, admissão, moradia e vida estudantil”. Em resumo, escreveu ele, “significaria que as escolas cristãs não são mais cristãs”.
Mohler definiu a iniciativa como uma “ameaça aberta à capacidade das faculdades e escolas cristãs de operar pela convicção cristã”.
“Esta é uma tentativa direta de eliminar a liberdade religiosa para as escolas cristãs – ou para qualquer escola religiosa que se recusa a se curvar aos revolucionários morais na Human Rights Campaign. Esta é uma tentativa indisfarçável de fechar qualquer semelhança com uma faculdade ou universidade cristã que teria a audácia de operar a partir de uma cosmovisão cristã”, finalizou.