Em nítida postura de postulante a candidato à presidência da República nas próximas eleições, o apresentador e empresário Luciano Huck criticou o novo ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, antes mesmo de seu trabalho ser iniciado.
De forma velada, Huck – que é de família judia, mas já foi flagrado preparando oferenda a iemanjá – ecoou o preconceito religioso que vem sendo demonstrado nas redes sociais contra o novo titular do MEC, que dentre outras formações acadêmicas, é doutor em Educação pela Universidade de São Paulo.
“O MEC anda p/ trás há 1,5 ano. Educação é a ferramenta + poderosa no combate a desigualdades e ampliação d oportunidades. Um ministério q requer competência técnica, gestão e diálogo. Espero q o novo ministro deixe suas crenças e ideologias em casa e ajude a educação a progredir”, escreveu Luciano Huck em sua conta no Twitter.
A declaração do apresentador, no entanto, não passou despercebida e foi rebatida de maneira contundente pelo assessor da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Filipe G. Martins: “A educação brasileira está entre as piores do mundo há décadas; e esse fracasso foi alcançado justamente como resultado das ideias e das propostas que você, sem saber o que está fazendo, defende. Reverter isso levará tempo, mas só será feito se pessoas como você forem ignoradas”, afirmou.
Ao mesmo tempo, a secretária de Educação Básica (SEB) do MEC, Ilona Becskehazy, usou as redes sociais para responder ponderações da deputada estadual paulista Janaína Paschoal (PSL) e manifestou apoio à gestão de Milton Ribeiro.
“Vim para o Governo Bolsonaro para colocar à disposição do povo brasileiro meus conhecimentos, adquiridos quase que totalmente por meio de verbas públicas, ou seja, pelo suor dos pagadores de impostos. O presidente não nos dá ‘cargos’, mas a oportunidade de servir ao povo brasileiro, dando bom uso ao SEU dinheiro. Nossas elites econômicas, intelectuais e filantrópicas entregaram ao Brasil, depois de mais de 500 anos de história, uma população semianalfabeta, que mal sabe as 4 operações matemáticas elementares”, introduziu.
Embora a declaração da secretária não tenha ligação direta com a fala de Filipe G. Martins, sua percepção sobre a situação da Educação no Brasil é semelhante: “Há muito o que se fazer, Deputada. Por aqui, achei enormes lacunas operacionais e de recursos humanos, que com muita garra e horas de trabalho, estamos superando. Estamos preparando um pequeno resumo para poder dar as boas vindas ao novo ministro Dr. Milton Ribeiro e depois compartilhar aqui. Durante todo o processo, não rezamos nem pedimos por pessoas, mas pela obra. Pela obra começada pelo professor e secretário Carlos Nadalim [responsável pela área de alfabetização], que, mesmo remando contra a maré e se defendendo de ‘fogo amigo’, já consegue entregar produtos concretos, úteis e de qualidade, a professores, famílias e alunos”, acrescentou.
Ao final do relato, Ilona Becskehazy expressou confiança de que o trabalho que vem sendo realizado há um ano e meio no MEC em breve dará frutos: “Ainda estamos arrumando a casa na SEB, mas, aos poucos, as ações concretas já vão começar a aparecer, como a Resolução para formação continuada de docentes que foi fruto de muitas horas de estudo e reflexão da nossa Secretaria Adjunta Márcia Sebastiani e do CNE. Assim que o documento estiver homologado, compartilhamos aqui”, concluiu.
A educação brasileira está entre as piores do mundo há décadas; e esse fracasso foi alcançado justamente como resultado das idéias e das propostas que você, sem saber o que está fazendo, defende. Reverter isso levará tempo, mas só será feito se pessoas como você forem ignoradas.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) July 11, 2020
ao novo Ministro Dr. Milton Ribeiro @mribeiroMEC e depois compartilhar aqui. Durante todo o processo, não rezamos nem pedimos por pessoas, mas pela obra. Pela obra começada pelo Professor e Secretário @CarlosNadalim, que, mesmo remando contra a maré e se defendendo de
— Ilona Becskehazy – serenidade e solidariedade (@Ilonabecskehazy) July 14, 2020