O caso inusitado aconteceu em Capivari, no interior de São Paulo. A mãe, Ana Maria Aranha, empresária de 58 anos, resolveu “emprestar” a barriga para o próprio filho, Luis Henrique Aranha, de 32 anos e o parceiro dele, Gustavo Salles, de 26, para que pudessem ter filhos gerados por meio de inseminação artificial em seu útero.
Para quem ainda está confuso e não entendeu bem o processo, explicamos novamente por outro ângulo:
A senhora Ana é mãe do Luis. Luis, que é homossexual, tem um relacionamento com Gustavo que já dura cinco anos. Os dois, portanto, que não podem gerar filhos por conta própria, decidiram adotar, mas não conseguiram. Decididos em ter uma criança, resolveram tentar o processo conhecido como “barriga solidária” ou “útero de substituição”, que é quando uma mulher se dispõe a gerar filhos para outra pessoa, voluntariamente, por inseminação artificial.
A mãe do Luis, sabendo da vontade do filho e seu parceiro, se ofereceu para emprestar sua barriga, apesar de já ter 58 anos. Após consulta médica onde descobriram ser possível estimular o útero da srª Ana, devolvendo a ele a condição necessária para gerar um bebê, Luis e Gustavo utilizaram os óvulos de uma doadora anônima para legalizar o procedimento. Em uma clínica de fertilização artificial, foram fecundados oito óvulos com o esperma de Luis e Gustavo, em fevereiro de 2016.
Para surpresa de todos, em março a gravidez da mãe já estava confirmada, tratava-se de gêmeos. Os gêmeos nasceram em 5 de outubro de 2016, através de cesariana. Luis e Gustavo registraram em cartório o nome das crianças como João Lucas e Pedro Henrique, dois meninos.
Segundo informações do Estadão via UOL, durante a gestação a mãe teve assistência do filho e seu parceiro. Após o parto, Luis e Gustavo se revesam no cuidado dos filhos: “À noite, quem acorda é o Gutto, mas se os dois bebês acordam juntos, aí ele pede ajuda para mim”, contou Luis em publicação no portal.
A mãe é evangélica
Ainda segundo a publicação no UOL, Luis e Gustavo tiveram o apoio de familiares e outras pessoas: “Foi uma surpresa para nós, pois todos com quem temos contato nos apoiaram, tanto em palavras quanto em gestos de amor”, disse Luis.
O único caso de desaprovação citado pela reportagem foi o relato da própria mãe, por ser evangélica, conforme o destacado abaixo:
“Sou evangélica, frequentava a igreja e comentei com meu líder, mas ele não aceitou e perguntou como eu ia explicar para as crianças quem eram os pais. Eu segui meu coração e senti que não estava cometendo nenhum pecado. Se nasceram e estão bem, é por graça de Deus.”
Por fim, em seu relato a senhora Ana não especifica qual era a orientação denominacional da igreja que frequentava, mas confirma o que pode ter sido o motivo biblicamente correto para a desaprovação do seu líder, quando disse: “segui meu coração”.