Definitivamente, dedicar-se ao ministério pastoral não é coisa fácil para os ministros que cumprem seu chamado de maneira correta. Uma pesquisa realizada com mais de 4 mil sacerdotes descobriu que a maioria enfrenta, silenciosamente, problemas financeiros.
Liderar uma igreja não é tarefa para fracos: é preciso cuidar de uma comunidade inteira, com atenção a fatores diversos, como a espiritualidade, o planejamento de atividades, a organização financeira da congregação e prestar assistência a pessoas com problemas individuais. Não à toa, muitos pastores sofrem com depressão, desenvolvida ao longo dos anos de ministério.
Agora, um novo levantamento, realizado pelo instituto Grey Matter Research sob encomenda da National Association of Evangelicals (NAE), nos Estados Unidos, descobriu que a ampla maioria dos pastores enfrentam problemas financeiros, alguns graves, e se veem sem possibilidade de alcançar uma estabilidade financeira a longo prazo.
“A grande maioria dos pastores não têm o seu próprio programa de rádio ou TV, ou lidera uma igreja grande”, observou o presidente da NAE, Leith Anderson. “Em vez disso, eles servem fielmente em pequenas igrejas e enfrentam desafios financeiros decorrentes como estudos, os baixos salários e despesas médicas. Infelizmente, muitas vezes eles sentem que não têm a quem recorrer para obter ajuda”, lamentou.
Dentre os 4.249 pesquisados, 80% descreveram as congregações onde servem como pequenas, com menos de 200 membros, enquanto 55% dirigem igrejas com menos de 100 fiéis.
Mais da metade revelaram que suas igrejas trabalham com orçamentos anuais inferiores a US% 125 mil, e 50% dos entrevistados disseram que vivem com menos de US$ 50 mil por ano, o que dá, em média, US$ 4,1 mil por mês.
30% dos pastores disseram que possuem dívidas que, sozinhas, consomem US$ 36 mil por ano, e 25% contou ter despesas médicas superiores a US$ 7,2 mil por ano.
A preocupação com o futuro é quase universal entre os pastores: 60% deles disseram não receber de suas igrejas um plano de aposentadoria ou de saúde, e 29% revelaram não possuir uma poupança para emergências pessoais, enquanto 39% contaram que têm, guardados, menos de US$ 10 mil.
92% dos pastores garantem que sua maior preocupação atual é com a aposentadoria, e 84% têm medo de enfrentar uma dificuldade financeira e não poder cobrir por não ter uma poupança ou por ter uma quantia muito baixa.
Brian Kluth, diretor de projetos da entidade evangélica que encomendou a pesquisa, afirmou que “está empenhado em desenvolver soluções para as pressões financeiras que os pastores enfrentam”, e oferecê-las como um plano de ação às igrejas: “Estamos muito animados em poder ajudar os pastores a mudarem para uma situação de maior estabilidade financeira – liberando-os para liderar suas congregações bem”.