O pastor Silas Malafaia criticou a iniciativa de um grupo de líderes evangélicos que publicou um manifesto pela saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara dos Deputados por causa das acusações de corrupção que pesam contra ele.
Em entrevista ao jornal O Globo, Malafaia considerou que o gesto é oriundo de um grupo de “esquerdopatas gospel”, que representariam o pensamento de menos de 1% da comunidade evangélica, pois seriam aliados do Partido dos Trabalhadores (PT).
“Se ele [Eduardo Cunha] está devendo, ele que pague. Agora, vou assinar manifesto porque meia dúzia de esquerdopatas gospel quer fazer graça? Eu não”, afirmou o pastor.
Contextualizando seu argumento, Malafaia disse que assinaria um manifesto pela saída de Cunha, desde que o documento também pedisse a saída do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), igualmente investigado na Lava-Jato, e da presidente Dilma Rousseff (PT), responsabilizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal.
“Se aqueles, em nome do Evangelho, querem a Justiça, por que não incluem Dilma e Renan que também foram citados na Lava-Jato?”, questionou Malafaia.
O manifesto, assinado por representantes de igrejas protestantes históricas (Anglicana, Luterana, Presbiteriana e Metodista, entre outras), vem ganhando adesão de algumas igrejas neopentecostais, como por exemplo a Igreja Universal do Reino de Deus, que tem bispos e pastores com mandatos na base de apoio da presidente Dilma Rousseff.
A reportagem do jornal entrevistou também um dos fiéis da Assembleia de Deus Madureira, da qual Cunha é membro. Sem querer se identificar, o frequentador adotou postura semelhante à de Malafaia: “Enquanto não tiver prova, não posso falar se fez ou não. Se ele roubou e for provado, vai pagar. Mas não cabe a mim dizer se ele é culpado ou não”.