O pastor Silas Malafaia reagiu à nota do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) posicionando-se contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) e afirmou que, dentre os evangélicos, ninguém possui autoridade para falar em nome de todas as denominações.
A estratégia do CONIC para se posicionar contra o impeachment foi baseada em críticas aos argumentos jurídicos dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal – recentemente reforçados pela recusa do Tribunal de Contas da União (TCU) ao recurso da defesa de Dilma – classificando-os como “frágeis”.
A nota da CONIC alega ainda que o processo de impedimento da presidente não teria legitimidade e “nos conduziria para situações caóticas”, ignorando a previsão constitucional de afastamento de um presidente através de um processo baseado na Justiça, mas conduzido politicamente.
“Vemos com muita preocupação que o presidente da Câmara tenha acolhido um pedido de impeachment com argumentos frágeis, ambíguos e sem a devida sustentação fática para acusação de crime de responsabilidade contra a presidente da República”, diz o texto do Conselho, formado por igrejas evangélicas de Confissão Luterana, Episcopal Anglicana do Brasil, Metodista e Católica.
Malafaia gravou um vídeo pontuando que não existe “papa evangélico” para falar em nome do segmento, e que por isso, o CONIC não poderia se posicionar como porta-voz das igrejas.
“Uma meia dúzia de esquerdopatas gospel disseram que os evangélicos são contra o impeachment. Eu queria saber quem é que tem procuração e autoridade para falar em nome de evangélicos?”, questionou, acrescentando que o CONIC representa denominações que somam “2% dos evangélicos”.
Lembrando que o segmento evangélico é bastante heterogêneo, Malafaia pontuou que não existe uma opinião única entre as denominações e seus fiéis, embora a maioria queira a saída de Dilma: “Com que autoridade esses caras vem falar isso? Nem eu, que sou presidente do Conselho de Pastores do Brasil, [entidade] que reúne mais de 10 mil pastores de tudo que é denominação, tenho autoridade para falar isso, porque a igreja evangélica não tem papa. A igreja evangélica não tem líder máximo. Nem eu, nem nenhum líder, tem autoridade para dizer que os evangélicos são a favor ou contra […] O que eu posso dizer é que tem muita gente evangélica que é a favor do impeachment, e tem gente que é contra”, concluiu.
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