Essa semana, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) recolocou em pauta de votação da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) o polêmico projeto apelidado pela mídia de “cura gay”. O projeto, proposto em 2011 pelo deputado federal João Campos (PSDB-GO), havia sido engavetado pela comissão, e agora foi colocado de novo em discussão pelo deputado.
A psicóloga Marisa Lobo, que é vista como o pivô do projeto, falou sobre a retomada das discussões a respeito da proposta de Campos, e comentou sobre a determinação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que o projeto visa derrubar, e hoje proíbe que os profissionais de psicologia recebam pacientes que busquem tratamento ou orientação em busca de mudar sua orientação homossexual.
– Eu tive coragem de dizer, como psicóloga, que quem manda na terapia é o paciente e que deve estar em primeiro lugar o desejo dele. Se o desejo dele é de mudar sua condição, opção ou orientação, não sendo doença, o que eu sei que não é e não trato como tal, trato como uma condição humana, eu vou ajudá-lo a mudar – explicou Marisa Lobo, em entrevista ao Jornal Zero Hora.
– E está uma confusão tão grande que a própria resolução diz que tenho que atender o desejo do paciente, ainda que seja para mudar sua condição, orientação ou opção. Eles estão deixando claro que se o paciente quiser mudar sua opção, eu tenho que atendê-lo – completa a psicóloga, que diz ainda que a resolução é contraditória, além de classificá-la como “uma usurpação de poder” e “cerceamento de direito”.
Marisa Lobo comentou ainda que o projeto havia esbarrado no preconceito, por causa da militância da LGBT, mas afirmou que esse talvez não fosse o melhor momento para retomar a decisão, explicando que isso pode motivar uma perseguição religiosa por parte de ativistas gays.
Porém, a psicóloga defende que a discussão proposta pelo projeto é importante, porque trata da dignidade daquelas pessoas que decidiram abandonar a homossexualidade.
– Ao mesmo tempo em que ela [a resolução] diz que é para dar dignidade ao homossexual ela está tirando a dignidade do sujeito que não quer mais ser homossexual – afirma Marisa Lobo.
– O que está acontecendo é que a psicologia é militante da LGBT, e ela não poderia. Quem fiscaliza o Conselho? Ninguém. Então, o Congresso vai fiscalizar – completou.
Ressaltando a importância que vê em reconhecer os direitos dos “ex-gays”, a psicóloga disse ainda estar lutando nesse sentido junto à ONU, através de um relatório no qual relata a existência de tal grupo de pessoas, e pede o reconhecimento dos direitos humanos deles.
– Estou fazendo um relatório provando a existência de ex-gays, tudo registrado em cartório. Tenho quase cem casos, quando chegar em cem, eu vou levar para a ONU, que está me esperando. Vou exigir que essas pessoas sejam reconhecidas, porque assim como os gays têm seus direitos e devem ser respeitados, os ex-gays também existem, estamos cometendo uma injustiça. Se ele deixou de ser gay, é um direito humano dele. – afirmou.
Site Hackeado
Alvo constante de críticas e ataques ideológicos de ativistas gays, Marisa Lobo comentou também nessa semana que teve o seu site hackeado, e que os invasores colocaram imagens de demônios com a mensagem: “somos uma legião, não perdoamos, e não esqueceremos”, segundo o The Christian Post
– Hoje estou muito revoltada e cansada, hackearam meu site www.psicologiacrista.com.br. Estes dias foi meu e-mail da globo.com, entraram no meu face já 3 vezes – informou em seu Facebook.
A psicóloga disse ainda que iria denunciar o ataque virtual à delegacia especializada, e declarou que os ataques que tem sofrido estão prejudicando todo o seu trabalho.
– Vou à delegacia de crimes virtuais, mas é tão cansativo tudo isso, é tanta pressão, que confesso, tenho me sentido como Elias, e querendo sumir deste mundo. Os ataques vêm de todos os lados, e não tenho condições financeiras para estar me defendendo, blindando meus sites, e contratando advogados, meu trabalho tem sido muito prejudicado – desabafou.
– Se alguém se alegra com minha desgraça, pode comemorar, estou no fundo do poço, mas não comemore muito, pois ainda tenho a visão do alto – completou a psicóloga, pelo Twitter.
Por Dan Martins, para o Gospel+