A capital francesa será o local de encontro esse ano do Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e Conferência das Igrejas Europeias (CEC), um grupo composto por lideranças católicas e evangélicas ortodoxas existente há 45 anos. O objetivo do encontro é discutir questões relativas a atuação da igreja no continente, como questões políticas envolvendo o conflito entre Israel e a Palestina. Para os líderes do movimento, em nome na paz, Israel deveria reconhecer o estado palestino e ceder parte de Jerusalém para que fosse criado um novo Estado na capital.
“A nossa forma de praticar o respeito pela liberdade de consciência é um sinal poderoso que contradiz o slogan segundo o qual as religiões monoteístas são necessariamente violentas e alienantes. Devemos também estar atentos aos critérios que podem iluminar alguns dos nossos contemporâneos tentados a mudar para a irracionalidade e ao fanatismo violento”, disse o cardeal André Vingt-Trois, no discurso enviado à Agência Ecclesia pelo CCEE, em tom ecumênico.
O grupo tem entre seus objetivos “…promover e inspirar a nova evangelização na arena europeia; a promoção da comunhão com os Conselhos das Conferências de outros continentes Episcopais; o apoio de colaboração ecumênica na Europa, para restabelecer a unidade entre os cristãos”, conforme divulgado em sua página oficial, mas entre eles está a ideia de que em nome da paz Israel deve parar de “ocupar” territórios palestinos, segundo informações do documento produzido após a última reunião da cúpula, em janeiro desse ano.
“Todos nós temos a responsabilidade de opor-se à construção de assentamentos. Esta anexação de facto da terra não só prejudica os direitos dos palestinos em áreas como Hebron e Jerusalém Oriental, mas, como a ONU reconheceu recentemente, também põe em risco a chance de paz.”, diz a nota publicada em sua página, que acrescenta:
“Todos nós temos a responsabilidade de promover uma solução de dois Estados. A Santa Sé sublinhou que ‘se Israel e Palestina não concordam a existir lado a lado, reconciliados e soberano dentro mutuamente acordado e fronteiras internacionalmente reconhecidas, a paz continuará a ser um sonho distante e segurança uma ilusão’.”
O documento, portanto, intitulado “50 anos de ocupação”, finaliza com o reconhecimento de várias autoridades do movimento. Nele vemos como cristãos atribuem a Israel a função de “ocupação”, deixando claro o tom favorável a criação do Estado Palestino, que para muitos especialistas no conflito entre os dois povos, além de não possuir o direito legal das terras, nunca aceitou conviver em paz com Israel.