O processo movido contra o pastor Abílio Santana por críticas à chamada “Bíblia Gay” agora entrou na mira do Ministério Público da Bahia, que solicitou que o caso seja encaminhado à Central de Inquéritos.
O responsável pelo pedido foi o promotor de Justiça Marcelo Gois da Fonseca, que considera as ponderações do pastor um provável crime de injúria racial. Na visão de Fonseca, a postura de Abílio Santana no caso pode se enquadrar no § 3º do art. 140 do Código Penal, que pode levar à prisão de um a três anos.
De acordo com informações do portal JM Notícia, os pastores homossexuais José Marvel Queiroz de Souza e Jefferson Raphael Caetano Lira, da igreja inclusiva Comunidade Cristã Incluídos Pela Graça, afirmaram que o promotor considera ter havido “incitação de intolerância religiosa”, o que configura crime de injúria racial.
“Ademais as ofensas foram através da rede social Facebook o que torna a causa complexa em função de perícias requisições ao Facebook etc.”, diz o promotor no documento assinado em 21 de setembro.
Nesse cenário, Fonseca também solicitou o cancelamento da audiência que estava marcada para 31 de outubro. Essa audiência já havia sido remarcada por conta do não comparecimento dos autores da ação na 5ª Vara do juizado Especial Criminal da Bahia.
O caso
O polêmico pastor Abílio Santana foi intimado pela Justiça a prestar esclarecimentos sobre sua oposição à bíblia Graça sobre Graça, com comentários da teologia inclusiva e promoção da homossexualidade.
Popularmente tratada como “bíblia gay”, o livro foi criticado por Abílio Santana em uma de suas pregações: “Você pelo amor de Deus, quando for comprar uma Bíblia fique atento, pois poderá estar dando uma bíblia dos gays de presente para alguém de presente”, afirmou o líder pentecostal baiano.
Santana foi além e afirmou que “nessa Bíblia não consta Levítico, capítulo 18:22, que está escrito: ‘Não te deitarás com homem como se fosse mulher’”, disse o pastor.
Apoio
O pastor Marco Feliciano (PSC-SP) saiu em defesa de Abílio Santana e afirmou que o pastor não será deixado “sozinho” na luta contra os responsáveis pela “bíblia gay”.
“Essa semana que vai se iniciar, eu chegando em Brasília, vou pedir assessoria jurídica para ver a questão da Bíblia. Porque a Bíblia é patrimônio da humanidade”, afirmou Feliciano, em um vídeo. “Vou para a tribuna da Câmara, vou provocar a Frente Parlamentar Evangélica e vou pedir, se possível, uma nota de apoio ao senhor e de repúdio pelo que está acontecendo”, acrescentou, dirigindo-se a Abílio Santana.
O líder pentecostal baiano, ligado à Igreja Assembleia de Deus Ministério de Madureira, lamentou que a grande maioria dos pastores evangélicos tenham virado as costas a ele durante esse processo, e afirmou que tem tido dificuldades para dormir: “O único apoio que tenho é do povão”, disse.