O pastor fundador da Hillsong, Brian Houston, anunciou que fará uma investigação sobre a filial da igreja em Nova York após a demissão do responsável pela congregação, pastor Carl Lentz, que admitiu publicamente ter cometido adultério. Detalhes do caso vieram a público, e a mulher supostamente envolvida é uma muçulmana.
Brian Houston revelou que a exposição do caso trouxe à luz outras questões envolvendo a congregação: “Estamos lançando uma investigação independente sobre o funcionamento interno de Hillsong NYC […] Precisamos de uma base sólida para recomeçar e um novo começo. O melhor ainda está por vir”, escreveu o pastor no Twitter.
Suas palavras vieram depois que foi revelado na semana passada que Carl Lentz havia sido dispensado devido a uma “falha moral” e “problemas de liderança”.
“Sei que isso será um choque para vocês, mas saibam que essa ação não foi tomada de ânimo leve e foi feita no melhor interesse de todos, incluindo o pastor Carl”, justificou Brian Houston em um comunicado enviado aos membros.
“Por favor, entendam que não seria apropriado entrarmos em detalhes sobre os eventos que levaram a esta decisão. No entanto, você pode ter certeza de que esta decisão foi tomada para honrar a Deus e cuidar pastoralmente de vocês, nossa família da Costa Leste, do pastor Carl e sua família”, acrescentou.
Lentz, posteriormente, veio a público através de um relato feito no Instagram e admitiu que havia traído sua esposa, Laura. O impacto de sua dispensa da função foi grande, já que ele se tornou uma espécie de pastor de celebridades ao longo dos anos, cultivando amizades com Justin Bieber, Kylie Jenner e Selena Gomez, entre outros.
Muçulmana
De acordo com o portal The Christian Post, uma estilista de 34 anos de idade, identificada apenas como Ranin Karim, afirmou ser a mulher quem Lentz teve um caso.
Ela, que tem origem egípcia de ascendência palestina e praticante do islamismo, afirmou que seu relacionamento durou mais de cinco meses antes de eles se separarem no começo de novembro.
Ranin disse que Lentz a abordou no início deste ano no Domino Park em Brooklyn e que ela não sabia que ele era um pastor conhecido, observando que ela “não tinha nenhum conhecimento do mundo cristão”, e acrescentou que ele não disse que era casado até que o relacionamento se tornasse mais íntimo.
“Eu não estava lá apenas para sexo, nós dois encontramos conforto e uma conexão profunda e especial um com o outro. Estou muito magoada porque ambos sentimos o mesmo um pelo outro”, declarou Ranin Karim.
O Daily Mail reportou que a mulher muçulmana revelou que Carl Lentz a visitava em seu apartamento três vezes por semana, e sempre levava bebidas: “Quando eu descobri que ele era casado, eu disse a ele repetidamente ‘volte para sua esposa, volte para sua família’, mas ele continuou aparecendo no saguão do meu prédio com garrafas de tequila […] para nós bebermos. Ele disse que se sentia mal pelo que estava fazendo à esposa, que ela era uma mulher boa e incrível, que ele nunca tinha feito isso antes, mas seu casamento não era perfeito”.
Alertas
Boz Tchividjian, advogado e diretor executivo da entidade cristã GRACE (“Resposta Divina aos Abusos no Ambiente Cristão”, em tradução livre), usou as redes sociais que, antes do escândalo vir à tona, sua equipe havia tentado anteriormente dar o alarme sobre ações ilícitas na popular igreja de Nova York, mas sem sucesso: “Houve muitas transgressões sexuais na Hillsong NYC. Tentamos abordá-los em 2017 e nos disseram que estávamos espalhando fofoca. Este é um método comum e eficaz que os líderes usam para fazer as vítimas calarem-se, a fim de proteger os infratores e a reputação institucional”, resumiu.