Um muçulmano resolveu adotar uma postura pacificadora diante das tensões envolvendo um protesto realizado em junho passado, na Suécia, quando um grupo de pessoas resolveu rasgar e queimar um Alcorão, livro sagrado para os islâmicos, ao lado de fora da mesquita central de Estocolmo.
O grupo, que não teve uma orientação religiosa específica identificada, realizou o protesto desrespeitoso após obter autorização da Polícia sueca. O ato ocorreu justamente durante as celebrações da Festa do Sacrifício, uma das comemorações mais importantes para os muçulmanos.
Diante do ocorrido, muçulmanos também resolveram protestar, dessa vez em frente à Embaixada de Israel, também na Suécia. O objetivo seria rasgar e queimar uma Bíblia, em provocação aos judeus e cristãos.
Um homem chamado Ahmad Alush, porém, decidiu agir diferente, se colocando contrário à queima da Palavra de Deus. “Ninguém deveria fazer isso”, disse ele, segundo informações do jornal israelense Times of Israel.
O muçulmano de 32 anos argumentou que, se queimasse a Bíblia, estaria utilizando a sua liberdade de expressão de maneira errada. Em vez disso, ele disse que achou melhor “mostrar que a liberdade de expressão tem limites que devem ser levados em conta”.
Respeito mútuo
Ciente de que a queima da Bíblia iria aumentar a tensão entre judeus e muçulmanos, o que poderia provocar conflitos diversos, Ahmad Alush pregou a necessidade do respeito mútuo entre os membros das diferentes religiões muçulmana, judaica e cristã.
“Quero mostrar que temos que nos respeitar, vivemos na mesma sociedade. Se eu queimar a Torá, outro a Bíblia, outro o Alcorão, haverá guerra aqui. O que eu queria mostrar é que não é certo fazer isso”, argumentou o muçulmano.
Com a postura pacificadora do muçulmano, a queima da Bíblia não ocorreu e nenhum outro protesto dessa natureza foi marcado até então.