Ter a liberdade religiosa para cultuar a Deus dentro de casa deveria ser algo indiscutível e absolutamente comum, mas essa já não é a realidade vivenciada pelos cristãos da Indonésia, região que tem sido alvo cada vez mais frequente da intolerância de muçulmanos.
Para os cristãos evangélicos, fazer cultos domésticos é uma prática comum que permeia a vida de muitos. Alguns realizam essas atividades por iniciativa própria, enquanto outros hospedam as chamadas células de oração, ou pequenos grupos.
Mas, em Jacarta, capital da Indonésia, cristãos foram surpreendidos quando agentes do governo impediram a realização de um culto doméstico no último dia 18, e tudo com o apoio de muçulmanos locais.
O mesmo teria ocorrido, também, numa província de Java Central, segundo informações do Morning Star News, precisamente em Tambun Selatan, Bekasi. Havia um culto de mulheres sendo realizado no local, quando muçulmanos chegaram e interromperam a celebração.
Indignação
As mulheres que estavam no culto ficaram indignadas com a intolerância dos muçulmanos. Uma delas, identificada como Elysson Lase, questionou o grupo de radicais islâmicos.
“Queremos realizar um culto de adoração. Devo pedir permissão a você para adorar quando quisermos realizar um culto?”, disse ela. Quem também reagiu foi o Rev. Henrek Lokra, membro da Comunhão das Igrejas Cristãs.
“Os cristãos não estão construindo igrejas, eles só querem manter sua rotina de adoração dominical. Se não for permitido, então para onde está indo este país?”, questionou o líder religioso.
Classificada na posição 33° na lista mundial de perseguição religiosa da organização Portas Abertas, a Indonésia tem apresentado casos de intolerância islâmica contra os cristãos locais.
“Em alguns casos, por praticarem o cristianismo, as famílias retiram todo apoio financeiro e, se for uma mulher, elas podem ser obrigadas a se divorciar e enfrentam abusos psicológicos, incluindo ameaças de morte”, diz a organização de vigilância religiosa.