Uma emboscada do grupo extremista islâmico Al-Shabaab no Quênia teve um desfecho inesperado. O objetivo dos radicais era forçar cristãos a se converterem ao islamismo ou matá-los, mas muçulmanos moderados interviram e impediram o massacre.
O incidente no estado de Mandera não terminou de forma totalmente pacífica. Duas pessoas morreram e três ficaram feridas durante a abordagem dos extremistas ao ônibus onde viajavam cristãos e muçulmanos.
Segundo informações da agência de notícias queniana Daily Nation, na última segunda-feira, 21 de dezembro, o coletivo fazia uma viagem entre Nairóbi e Mandera, quando foi emboscado.
Julius Otieno, uma autoridade local, afirmou que os extremistas ordenaram que os passageiros saíssem do ônibus e dito para se dividirem entre muçulmanos e não-muçulmanos: “Eles estavam tentando identificar quem eram os cristãos dentre aqueles passageiros. Eles disseram aos não-cristãos para retornar ao veículo”, afirmou.
Ali Roba, governador de Mandera, relatou que os passageiros se recusaram a se separar uns dos outros e os muçulmanos disseram aos extremistas que eles tinham duas opções: matarem todos ou irem embora.
“Isto forçou os militantes a saírem com pressa, por temor de represálias por parte de residentes de aldeias próximas”, afirmou Roba. “Os moradores mostraram um senso de patriotismo e de pertencimento de uns para com os outros, insistindo que o Al-Shabaab deveria matá-los todos juntos ou deixá-los sozinhos”, acrescentou o governador.
Os detalhes relativos às vítimas não foram revelados, mas especula-se que os mortos e feridos sejam moradores do local onde houve a emboscada, que teria se envolvido no incidente “tentando proteger os não-muçulmanos no ônibus”, noticiou o Daily Nation.