Para a maioria das pessoas, a morte de um familiar é motivo de muita tristeza e comoção. Alguns entram em um período de luto que leva anos para ser vencido. No caso de uma mulher chamada Joyce Zaninka esse período de tristeza foi multiplicado por oito, já que ela perdeu marido e sete filhos.
O marido e os sete filhos de Zaninka, dos dez que ela teve no total, foram mortos de forma violenta, em decorrência dos conflitos que até hoje assolam a República Democrática do Congo.
Como resultado da tragédia em sequência, a mulher foi para um campo de refugiados de Nakivale, localizado no distrito de Isingiro, no sudoeste de Uganda, a fim de poder encontrar abrigo e proteção.
Foi nesse campo de refugiados que Joyce encontrou apoio em um trabalho desenvolvido pela Sociedade Bíblica Americana, chamado “Sou Eu’. Até então a mulher demonstrava sinais de depressão profunda, sem se envolver com praticamente ninguém.
No grupo de trabalho bíblico Joyce foi aos poucos se reconectando consigo mesma, pois ela se deparou com a história de outras mulheres e com mensagens da Palavra de Deus que lhe fortaleceram. A dor do trauma foi sendo substituída pela esperança.
“A necessidade de cura de traumas em Uganda é tão grande”, disse Esther Achieng, diretora de cura de trauma da Sociedade Bíblica de Uganda. “Há guerras em todos os lugares em nossos países vizinhos. As pessoas perderam muito.”
Achieng explicou que em contextos de violência, discriminação e perseguição, o papel da igreja no acolhimento das vítimas é o que faz toda a diferença.
“O primeiro lugar para onde as pessoas correm é a igreja. Portanto, precisamos treinar a igreja em suas comunidades para que as pessoas possam se identificar com a sua dor”, disse ela, segundo informações da Uganda Christian News.
Hoje Joyce está bem melhor. A mulher entendeu que pode descansar nos braços de Deus, pois há um sentido na vida que vai além da estadia nesta Terra. “Eu me sinto confortável de alguma forma agora. Eu posso apenas orar e entregar tudo a Deus”, disse ela.