O pai-de-santo contratado pelo PT para salvar o mandato de Dilma Rousseff à frente da presidência da República afirmou que o “trabalho” não deu certo, e que a queda da mandatária é iminente.
Carlos de Xangô disse que mesmo com todos os esforços de seu ritual de convocação de entidades espirituais para que a cassação de Dilma não aconteça, aparentemente o destino político da petista está selado.
“Joguei o futuro de Dilma na mão de Xangô. Ontem arriei o ebó e pedi que, se ela fosse inocente, ela ficasse. Mas a pressão está muito grande”, afirmou o candomblecista ao site Diário do Poder. “[Dilma] não está aguentando. Ela não vai chegar até o dia 5 ou 4 de abril no poder”, frisou, prevendo um desfecho mais rápido do atual cenário, uma vez que especialistas não creem que o impeachment remova a presidente do cargo antes de maio.
O candomblecista demonstrou preocupação com a presidente, pois teria percebido que ela está deprimida: “O medo que eu tenho é que ela se mate após o impeachment”, alertou.
Sucessão
Mesmo com o impeachment de Dilma, o babalorixá contratado pelo PT acredita que Michel Temer (PMDB) não poderá assumir o mandato, pois “problemas que irão aparecer” impedirão sua posse.
Nessa linha, Carlos de Xangô afirmou que o evangélico Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, denunciado como integrante do escândalo de corrupção na Petrobras, assumirá o posto interinamente, com a missão de convocar eleições em até 90 dias, para um mandato tampão, que compreenderia os meses restantes de 2016, e os 24 meses do biênio 2017-2018.
O ex-presidente Lula também tem um futuro sombrio na visão do candomblecista: “Com a saída de Dilma, a pressão nele vai ser muito forte e ele vai se entregar à polícia”.
Impeachment no Senado
O jornalista Guilherme Amado, colunista do jornal O Globo, publicou uma curta nota informando que a tendência é que, uma vez aceito no plenário da Câmara, o pedido de impeachment não será barrado no Senado, o que culminaria com o afastamento imediato da presidente Dilma, inicialmente por 180 dias.
“Dez entre dez parlamentares asseguram: se o impeachment passar na Câmara, ninguém segura no Senado. Basicamente porque será muitos mais fácil para os defensores do impeachment pressionarem 81 senadores do que 513 deputados”, informou Amado.