Um pastor evangélico que se identifica como Waldecy Ferreira publicou no YouTube vídeos nos quais ele aparece expulsando demônios e, supostamente, os aprisionando em uma garrafa de refrigerante. Nos vídeos, gravados dentro de uma pequena igreja, o religioso afirma ter o poder para ordenar que os supostos demônios saiam da fiel e fiquem presos dentro da garrafa, antes de ele os mandarem de volta ao inferno.
A igreja onde as cenas foram filmadas não foi identificada no vídeo, que não mostra placas com o nome da denominação, que também não aparece na descrição do vídeo. Publicados a cerca de um ano, os vídeos do pastor Waldecy Ferreira ganharam força recentemente nas redes sociais.
Em um dos vídeos publicados por Ferreira, ele pede para os obreiros o filmarem expulsando demônios de uma fiel que aparece de costas falando com a voz grave e fazendo sons guturais. Quando o religioso conta até três, realizando o ritual de exorcismo, a mulher volta a conversar normalmente. Para comprovar que realmente tem o poder de dar ordem aos demônios, o pastor “devolve” os demônios para o corpo da mulher em um dos vídeos. A gravação não mostra se o religioso “expulsou” os demônios novamente.
No vídeo, o pastor ainda critica membros de outras denominações evangélicas, afirmando que eles estariam tentando “roubar” os fiéis de sua igreja. Ele afirma ainda que nenhum seminário ensina a fazer o que ele faz, e que uma “carteira de pastor” não concede este tipo de poder.
No blog Púlpito Cristão, o pastor Renato Vargens criticou a prática filmada pelo pastor Ferreira afirmando que “a capacidade de misturar o Evangelho de Cristo com crendices é absurda”, e lembrando de lendas e contos populares sobre demônios sendo presos em garrafas.
– Caro amigo, diante disto lhe pergunto: Que Cristianismo é esse? Que evangelho é esse? Que doutrinas são estas? Ora, esse não é e nunca foi o evangelho anunciado pelos apóstolos. Antes pelo contrário, este é o evangelho que alguns dos evangélicos fabricaram! Infelizmente, a Igreja deixou de ser a comunidade da palavra de Deus cuja fé se fundamenta nas Escrituras Sagradas, para ser a comunidade da pseudo-experiência, do dualismo, do misticismo e do maniqueísmo e da venda de indulgências – criticou Vargens.