Os casos de perseguição religiosa nos Estados Unidos têm se intensificado, chegando a um ponto de similaridades com países onde os cristãos são caçados, processados e presos. Um casal cristão sofreu ameaças de despejo após a realização de um estudo bíblico em sua casa. E esse não é um caso isolado.
Kenneth e Liv Hauge vivem em um condomínio fechado exclusivo para idosos no estado da Virgínia, e no mês de julho realizaram um estudo bíblico. Logo depois, foram notificados pela administração do local que deveriam interromper as reuniões sob pena de serem despejados até 31 de agosto.
O caso repercutiu na imprensa norte-americana e a organização Firsty Liberty Institute, que atua no apoio jurídico a casos de perseguição religiosa, passou a representar o casal no imbróglio, enviando uma carta aos advogados da administração do condomínio.
“Expulsar moradores idosos de sua casa por realizarem um estudo bíblico não é apenas revoltante, é ilegal”, disse Lea Patterson, consultora associada da First Liberty, segundo informações do portal The Christian Post.
“É assustador que uma empresa use a ameaça de despejo para impedir que os residentes se reúnam para discutir qualquer questão, muito menos a sua fé”, acrescentou Patterson.
O casal vive no condomínio desde janeiro de 2017. Kenneth é um pastor luterano aposentado, e havia organizado os estudos bíblicos para as noites de quarta-feira, usando uma sala comunitária. A administração do local fez a ameaça argumentando que o estudo bíblico “causou distúrbios sérios e consideráveis com outros moradores da comunidade”.
A ameaça em carta dizia que as reuniões de estudo da Bíblia eram “um negócio não autorizado” e interferia “no uso de outras instalações da comunidade”. O documento também pontuou que a empresa não é contra as crenças do casal e não pedia que eles deixassem de “praticar sua religião”, apenas que abrissem mão das reuniões.
Um caso semelhante foi registrado no estado da Pensilvânia. Scott e Terri Fetterolf moram em uma fazenda, e a prefeitura emitiu um comunicado alertando que a propriedade “estava sendo usada indevidamente como local de culto, local de reunião, como local comercial e estúdio ou escola especial”, pedindo a suspensão das atividades religiosas.
A organização Independence Law Center decidiu entrar na briga para defender o casal. O advogado da entidade, Jeremy Samek, explicou que a iniciativa do município contraria a liberdade religiosa e os direitos de propriedade previstos na Constituição americana. “O que eles estão fazendo aqui é exigir que façam um pedido com o conselho de zoneamento e obtenham permissão para realizar estudos bíblicos”, disse o advogado. “Exigem que eles passem por uma audiência pública para receber permissão e esse tipo de informação prévia. Restringir é inconstitucional e infringir seu direito de exercer livremente sua religião”, concluiu.