A onda de perseguição aos cristãos que vivem na República Argelina Democrática e Popular, ou simplesmente Argélia, tem aumentado espantosamente, após o número de conversões do islamismo para o cristianismo aumentar consideravelmente no país localizado na África do Norte.
A interrupção de cultos e o fechamento de igrejas tem se tornado uma prática repetitiva na Argélia. O caso mais recente ocorreu na última terça-feira (6), quando policiais entraram em uma igreja evangélica no centro-norte do país com ordens para isolar o local.
“Isso não é surpreendente, uma vez que outros lugares cristãos de culto foram fechados como aconteceu hoje aqui”, declarou o pastor da igreja, lembrando que em menos de três meses atrás outra denominação também foi fechada.
Apesar da intensa perseguição, o líder religioso disse que a sua comunidade não deixará de cultuar a Deus. “Mas, de qualquer forma, continuaremos a celebrar nossos serviços do lado de fora, enquanto o Senhor nos dá graça para uma solução final”, disse Messaoud Takilt.
A última igreja fechada fica na vila de Lekhmis, Boudjima, a cerca de 20 quilômetros ao Nordeste de Tizi-Ouzou, na região de Kabylie. Os policiais chegaram no local advertindo contra a resistência do pastor e membros da congregação.
“Messaoud, entenda que se houver oposição, é você, como o responsável, quem terá problemas. Por favor, note que o arquivo e o pedido estão endereçados ao seu nome”, disseram os policias, se referindo à ordem de fechamento do templo.
Os policiais mandaram que todos os pertences da igreja fosse retirado do local. Após o templo ser esvaziado, eles lacraram todas às portas do edifício, incluindo um sanitário localizado na parte externa do terreno.
99% da população da Argélia segue o islamismo. Todavia, o cristianismo vem crescendo e desde 2017 o governo vem declarando igrejas evangélicas “clandestinas” como forma de justificar o fechamento delas, mesmo discurso político-ideológico utilizado em países controlados por regimes autoritários, como a China e Coreia do Norte.
“As pressões aumentaram significativamente desde o final de 2017, quando os inspetores do governo passaram a exigir licenças autorizando o culto não-muçulmano”, afirma um relatório publicado por organizações como a Portas Abertas e a Middle East Concern.
“O governo não quer admitir a possibilidade de sermos 2 ou 3 milhões de cristãos. Isso seria demais para eles controlarem”, comunicou a rede de TV cristã via satélite, SAT-7, em outra ocasião. Com informações: Morning Star News.