Cristãos na Índia estão experimentando um cenário de perseguição religiosa ainda mais intenso nas últimas semanas. Autoridades de uma região do país proibiram famílias de celebrarem cultos domésticos alegando que suas conversões ao Evangelho são ilegais.
A polícia no estado de Karnataka, no sul da Índia, proibiu 15 famílias cristãs de se reunirem para os cultos domésticos com base na presunção de que teriam sido convertidos ao cristianismo de forma coercitiva ou fraudulenta, pois não são cristãos de nascimento.
O vice superintendente da polícia do distrito de Hassan de Karnataka e seus colegas convocaram as famílias na aldeia de Bannimardatti esta semana e pediram-lhes que provassem que eram cristãs, acusando-as de se aproveitarem de benefícios do governo que são fornecidos a cristãos e também a hindus.
O relato foi feito por um informante da entidade International Christian Concern (ICC). De acordo com informações do portal The Christian Post, o oficial então ordenou que os cristãos não se reunissem para os cultos de adoração em sua aldeia.
“Esta é a última tentativa de radicais hindus usando a polícia estadual para reprimir as atividades cristãs. Eles tentaram de tudo, incluindo boicotes sociais e espancamentos físicos. No entanto, os cristãos locais permaneceram fiéis em meio ao assédio contínuo”, disse um fiel que vive na região.
O estado de Karnataka é governado pelo partido nacionalista hindu Bharatiya Janata, que também governa em nível federal desde 2014, quando o presidente Narendra Modi assumiu o poder.
Os incidentes contra os cristãos indianos aumentaram drasticamente desde então, o que explica a décima posição que a Índia ocupa na lista de Perseguição Mundial da Missão Portas Abertas.
Em dezembro do ano passado, o estado mais populoso da Índia, Uttar Pradesh, aprovou uma polêmica lei anticonversão que os especialistas alertam que “incitará mais violência de motivação religiosa” à medida que os ataques a cristãos e outras minorias religiosas continuam aumentando.
A ICC observou que, historicamente, os nacionalistas hindus radicais usaram o “espectro das conversões religiosas em massa ao cristianismo como justificativa para aprovar leis semelhantes que limitam a liberdade religiosa”, embora os cristãos sejam uma minoria no populoso país, representando apenas 2,3% da população, aproximadamente 31 milhões de indianos.