Após as acusações feitas por José Junior contra o pastor Marcos Pereira, ligando-o aos ataques feitos contra a unidade do AfroReggae no Complexo do Alemão, a Polícia Civil do Rio de Janeiro investigará se o líder da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) está envolvido no caso.
Em depoimento na Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), na última segunda-feira, 22 de julho, Junior afirmou que as ameaças à ONG começaram após a prisão de Pereira, em maio.
“As pessoas estão me ligando e falando as mesmas coisas. Que a ordem é explodir o AfroReggae. Inclusive os funcionários e os jovens estão com medo de sofrer retaliação”, afirmou o coordenador do AfroReggae, segundo informações do G1.
O delegado titular da Dcod, Márcio Mendonça, disse que a polícia investigará se as ameaças e a ordem para o incêndio partiram de uma organização criminosa do Alemão: “Os fatos que ocorreram até agora foram em regiões onde havia domínio de uma determinada facção. Então nós podemos afirmar que seriam, a princípio, fatos relacionados a essa facção”, explicou.
Prefeitura quer assumir prédio incendiado
O prefeito Eduardo Paes (PMDB), afirmou que a prefeitura do Rio de Janeiro tem interesse em assumir as atividades no prédio que foi desocupado pelo AfroReggae após o incêndio da última semana.
Numa reunião com José Junior, Paes propôs que o espaço se torne oficial: “Não é admissível que haja uma comunidade onde se escolhe o que pode e o que não pode funcionar. A prefeitura passaria a assumir o equipamento do AfroReggae firmando uma parceria ainda maior. Seria uma mudança mais simbólica. O AfroReggae é o nosso principal parceiro em trabalhos sociais em favelas”, afirmou.
Embora considere a iniciativa interessante, Junior disse que ela não acabará com as ameaças aos funcionários da ONG, que são moradores da favela: “Muitos funcionários moram no Alemão. A proposta é interessante, mas não traz segurança para quem tem que ir e vir ao Alemão. Tenho receio que ex-traficantes sejam atingidos por estas ameaças que também andamos recebendo. Vou levar a proposta ao pessoal do núcleo, mas não acho que ela seja a solução”, ponderou.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+