A discussão sobre o comunismo, há muito tempo, acontece no meio cristão, que majoritariamente enxerga a ideologia/proposta de governo como fiadora de perseguição religiosa.
A Missão Portas Abertas emitiu um comunicado reiterando a visão de que, “os ideais comunistas também geram perseguição religiosa”, e usou como exemplo a vizinha Bolívia, onde o presidente Evo Morales (foto) vem, ao longo dos anos, implementando um modelo socialista fortemente inspirado pelo comunismo.
Embora a Bolívia não integre a lista da Missão dos piores países para se pregar o Evangelho, políticas de governo vem criando dificuldades para abertura de novas igrejas e, inclusive, fazendo pressão para fechar os templos já existentes, de acordo com relatos de missionários brasileiros que desempenham seu ministério por lá.
Recentemente, Morales perdeu um plebiscito que propunha mais uma reforma à Constituição do país para permitir que ele se candidatasse a um quarto mandato, que seria exercido de 2020 a 2025. 51,3% dos eleitores rejeitaram a proposta, mas o presidente considerou a derrota como um mero revés em seu plano de impor os ideais comunistas ao país.
“Perdemos uma batalha, mas não a guerra”, afirmou Morales, dizendo que “o processo revolucionário vai continuar”, em artigo publicado no jornal boliviano La Razon.
Para a Missão Portas Abertas, essa postura do presidente aspirante a ditador, como os colegas venezuelanos Hugo Chávez e Nicolás Maduro, é motivo de alerta: “Essa é a primeira derrota eleitoral de Evo Morales. Como devemos interpretá-la? Pode ser um bom sinal de que o socialismo esteja começando a perder as forças. Mas, por outro lado, Morales estará atuando até 2020 e muita coisa pode acontecer até lá”.
Na Bolívia, a perseguição religiosa não é extrema, com execuções de cristãos, mas acontece de forma urdida, nos bastidores: “A perseguição aqui é diferente, os ataques são outros. Os cristãos latino-americanos não são decapitados e nem crucificados, mas já podem sentir na pele as sanções políticas contra o seu direito de cultuar a Deus livremente”, comentou o analista da Portas Abertas, lembrando a antipatia dos ideais comunistas à religião.
“Medidas de governo têm impedido a abertura de novas igrejas e também vem tentando fechar os templos já existentes. Na Bolívia, a Associação Nacional dos Evangélicos da Bolívia (ANDEB) trava uma batalha jurídica, que inclui uma petição de Inconstitucionalidade ao Tribunal, buscando a revogação de leis assinadas pelo presidente Evo Morales. Os cristãos devem ficar atentos”, recomendou.