Um caso absurdo revoltou pais de alunos do ensino fundamental, após um professor expor um texto erótico para as crianças, alegando fazer parte da linguagem informal utilizada no cotidiano, dentro e fora da escola.
O caso ocorreu na Escola Estadual Doutor Antônio Xavier da Rocha, no Bairro Itararé, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, envolveu um professor de língua portuguesa da turma do 8º ano.
De acordo com informações do Diário de Santa Maria, o professor utilizou em sala de aula um trecho do romance “A fúria do corpo”, do autor gaúcho João Gilberto Noll. O problema é que o texto narra explicitamente uma relação sexual entre um homem e um menino, descrevendo em detalhes as partes do corpo e seus movimentos.
Ao tomar conhecimento desse absurdo, os pais denunciaram o professor à direção da escola que, por sua vez, minimizou a gravidade da situação, alegando que o professor de português do ensino fundamental teria sido simplesmente “infeliz” na escolha do texto, sendo um “excelente profissional”.
“Temos ainda que reunir o conselho escolar e o de pais e mestres para conversarmos sobre o fato. Ele é um excelente profissional, que não teve a intenção. Ele foi infeliz em usar esse exemplo, e foi o que nós colocamos para a comunidade e para as famílias”, informou o diretor da escola, Cícero dos Santos.
Afastado do cargo
Segundo o coordenador da 8ª CRE, José Luis Viera Eggres, uma sindicância será aberta para apurar o caso ocorrido no último dia 4 (sexta-feira). Enquanto isso, o professor que utilizou o texto pornográfico com a desculpa de querer ensinar língua portuguesa aos alunos ficará afastado.
Em nota, o docente que não teve o nome revelado também comentou a situação. Apesar de pedir desculpa aos pais e alunos, o professor deixa evidente em seu texto que não reconhece o absurdo que cometeu, mas sim que teria apenas feito o seu trabalho, sendo a escolha do “romance” nada mais do que parte do linguajar cotidiano.
“Acerca do conteúdo do exemplo, friso que o palavrão figura na língua e é reiteradamente usado em circunstâncias informais da sociedade. Em escola, também nos deparamos frequentemente com essa realidade, em tom de ofensa, entre alunos, e algumas ofensas também dirigidas ao corpo docente”, alegou o docente.
“Meu papel, enquanto professor, é o de mensurar contexto, ou seja, em quais circunstâncias sociais é possível utilizá-lo. E é esse o trabalho realizado em sala de aula. Peço desculpas em o material ter ofendido a qualquer aluno/a e suas famílias. Peço desculpas pelo ‘infeliz’ exemplo. Não é essa a intenção do material didático”, completou.