O Profissão Repórter, da TV Globo, dedicou a edição de ontem, 14 de maio, a apresentar casos de pessoas que foram estupradas.
De acordo com as matérias apresentadas pelo programa, o número de vítimas que sofrem abusos sexuais vem crescendo em todo o Brasil.
Entre os casos retratados pelo programa está o do pastor Marcos Pereira, acusado de estuprar seis fiéis da Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD), da qual é presidente. Segundo a Polícia, entre as supostas vítimas estaria sua esposa, Ana Madureira Silva, que nega ter dado qualquer depoimento acusatório contra o marido.
O repórter Caco Barcellos foi à baixada fluminense e entrevistou as outras cinco mulheres que depuseram contra Marcos Pereira.
“Ele me obrigava sim a manter relação sexual com ele. Todo tipo de relação, inclusive com outras meninas também. Era uma orgia só”, disse a mulher que era menor na época em que supostamente o crime teria sido cometido.
Uma das mulheres casadas que alegam terem sido vítimas de Marcos Peireira afirmou que “ele estava tão obcecado, que ele não falou nada” antes de cometer o ato. “Ele chegou, já saiu levantando meu roupão. Eu fiquei assustada, porque começou a passar um filme na minha cabeça. Falei ‘meu Deus, como é que eu vou gritar aqui? Como eu vou falar de um homem que é o meu pastor?’”, relatou.
Caco Barcellos questionou a uma terceira mulher qual seria o modo usado por Marcos Pereira para obrigá-la a manter relações sexuais com ele, e a vítima respondeu: “Como a gente vê ele como um deus, se caso a gente negasse aquilo ali, era como se a gente tivesse desrespeitando ou desobedecendo uma ordem de Deus. Depois que ele fazia as agressões, ele fazia a gente pedir perdão”.
Uma mãe, que teve a filha assassinada em 2006, procurou a Polícia após a prisão de Marcos Pereira para acusá-lo de ordenar a morte da jovem, que se chamava Adelaide.
A Justiça condenou três membros da ADUD pelo crime, e na entrevista ao Profissão Repórter, Amélia Batista, mãe da jovem, afirmou que sua filha morreu por saber do que acontecia dentro da denominação.
“Ela descobriu. Ela frequentava a igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, e ela namorou um rapaz de lá, e descobriu, através dele, todo o esquema da igreja. Envolvimento com o tráfico, problemas de farra na fazenda dele [pastor Marcos Pereira], sexual”, disse Amélia.
Segundo Amélia e uma das vítimas que denunciam Marcos Pereira, Adelaide foi morta porque queria gravar as orgias realizadas pelo pastor num sítio e denunciá-lo. “Ela sabia demais, por isso que ela morreu”, disse.
Perguntada sobre sua religião, Amélia respondeu: “No momento, eu estou só com a minha fé em Deus, porque eu estou descrente no ser humano”.
Assista à íntegra do programa Profissão Repórter clicando aqui.
Por Tiago Chagas, para o Gospel+