O polêmico pastor e deputado Sargento Isidório (AVANTE-BA) sofreu uma derrota na Justiça e será obrigado a se retratar publicamente com a cantora Daniela Mercury, com quem se envolveu num bate-boca público.
O imbróglio começou quando o político evangélico dirigiu-se a Daniela Mercury como “escrava de satanás”, “puta”, “endemoniada” e outros termos chulos, além de fazer considerações sobre o ato sexual homoafetivo, dizendo que “sexo é feito com pênis e vagina”, e não com “borracha”.
O destempero de Isidório se deu por conta da chacota feita pela cantora no Festival de Inverno de Garanhuns, em julho de 2018, quando Daniela Mercury incitou a ira de diversos cristãos em todo o Brasil ao protestar contra uma decisão de impedir a encenação da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, protagonizada pelo travesti Renata Carvalho na cidade de Garanhuns.
Numa audiência no Fórum Criminal de Salvador na última sexta-feira, 09 de agosto, Daniela Mercury conseguiu um acordo com o deputado federal ao invés de levar adiante a ação de injúria racial.
Segundo informações do Universa, o parlamentar irá reconhecer o erro publicamente, retirar o vídeo de todas as redes sociais e publicar um pedido de desculpas à cantora.
O vídeo em que Isidório pede perdão por sua fala foi gravado dentro da sala de audiência, com tempo semelhante ao que comete as injúrias, na presença do juiz e do advogado da cantora, o criminalista Ricardo Sidi. O material deverá ser publicado nos próximos dias nas redes sociais do deputado.
Ainda, o pastor Sargento Isidório – que foi eleito para o mandato de deputado federal pela primeira vez em outubro de 2018 – deverá pagar também 25% do salário de deputado durante cinco meses a duas instituições escolhidas durante a audiência: o Instituto Nice de Apoio a Mulheres Travestis e Transsexuais e o Hospital Martagão Gesteira, que trata crianças com câncer.
A cantora baiana comentou o desfecho e afirmou que essa é uma vitória importante: “Me sinto feliz de ter deixado claro quem eu sou como militante e defensora da democracia. Esse pedido de desculpas me faz acreditar na manutenção dos nossos direitos constitucionais”.