O comunista confesso e ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, voltou a fazer trocadilhos sarcásticos com figuras do mundo espiritual, dessa vez envolvendo grupos de WhatsApp e até políticos que, segundo ele, “acha que a internet é brincadeira.”
A declaração de Dino ocorreu durante a sua participação no lançamento do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania), em Fortaleza (CE), na quarta-feira (26), ocasião em que comentou a suspensão da rede social Telegram em território nacional.
“Satanás inventou o grupo de WhatsApp, a fake news, político que se elege com fake news, político que acha que a internet é brincadeira. E esses bichos ficam andando por aí. De vez em quando, eu encontro um e digo: ‘Vamos exorcizar esses seres do mal’”, afirmou Dino, segundo o Poder360.
Em outro momento, Dino disse ainda que as redes sociais teriam surgido por “inspiração” de Deus, enquanto que Satanás, por outro lado, estaria tentando pervertê-las.
O ministro da Justiça defendeu a suspensão do Telegram, alegando que a medida é importante para combater conteúdos criminosos que estariam promovendo atentados nas escolas do país.
“Isso tudo está conectado com as tragédias cotidianas que nós vemos. Esse combate é necessário porque a violência hoje se espraia nos nossos lares de forma invisível”, argumentou Dino.
Telegram suspenso
A rede social Telegram foi suspensa na quarta-feira (26), em todo território nacional, por determinação da 1ª Vara Federal de Linhares, da Justiça Federal do Espírito Santo. Segundo a Justiça, a empresa não teria fornecido as informações solicitadas sobre perfis ligados a grupos nazistas e neonazistas.
As investigações da Polícia Federal sobre o atentado a uma escola de Aracruz, no Espírito Santo, onde quatro pessoas foram assassinadas por um adolescente de 16 anos, apontaram que ele participava de grupos antissemitas na plataforma.
“Observou a autoridade policial que o menor infrator era integrante de grupos de Telegram de compartilhamento de material de extremismo ideológico, cuja divulgação de tutoriais de assassinato, vídeos de mortes violentas, tutoriais de fabricação de artefatos explosivos, de promoção de ódio a minorias e ideais neonazistas”, diz um trecho do pedido de quebra de sigilo telemático da PF, segundo o G1.
Dino cita a Bíblia para defender prisão de manifestantes: “Deus não fez anistia”