Repercutiu fortemente nos últimos dias, uma matéria publicada pelo jornal Folha de S. Paulo onde a tese do teólogo anglicano David Tombs é trazida à tona. Segundo o autor, Jesus Cristo teria sofrido abuso sexual durante o tempo em que foi torturado por soldados romanos, antes da crucificação.
Tombs se baseia em um trecho dos evangelhos onde é relatado que Jesus teve a sua roupa retirada à força. Muito embora a passagem não faça menção a qualquer ato sexual, o teólogo argumenta que, naquela época, o ato de retirar forçadamente a veste de alguém significava abuso.
“Vejo a nudez forçada de Cristo como uma forma de violência sexual. Por séculos, as artes plásticas traduziram o desnudamento antes da execução como um aspecto lateral, que Jesus encarou serenamente ao subir à cruz que marcou o pensamento do Ocidente”, disse Tombs à Folha.
Para o padre conservador José Eduardo, no entanto, a tese do teólogo anglicano é fruto de uma “mente podre”. Segundo o líder religioso católico, a interpretação de Tombs é baseada num viés teológico distorcido, onde a leitura bíblica é moldada ao contexto atual e não à época em que foi escrita.
“O autor não esconde que se vale da metodologia característica da teologia da libertação”, disse o padre em sua rede social. “Aqui, perguntar-se pela plausibilidade da hipótese é apenas uma pegadinha.”
“O caminho percorrido para aventá-la é simplesmente ilógico e sua excogitação é tão somente um exercício imaginário, fruto de uma mente podre que procura sexualizar o que há de mais sacrossanto”, critica Eduardo.
Citando o capítulo 6 do livro de Gálatas, a primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, também reagiu à publicação da Folha, dizendo que a tese de Tombs seria uma afronta à santidade de Deus.
“Insanidade, cristofobia e falta de escrúpulos. Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear isso também colherá”, protestou Michelle.